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  • Quarta-feira, 10 de setembro de 2025
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Scot Consultoria

Carta Insumos - Caiu o preço do diesel em julho

Mesmo com a alta do petróleo e as mudanças no perfil das importações, o repasse das reduções promovidas pela Petrobras no primeiro semestre ainda influencia os preços do diesel no mercado interno.


Foto: Bela Magrela

Foto: Bela Magrela

O preço médio do óleo diesel no Centro-Sul, em julho ficou em R$6,04 por litro, queda de 0,7% em relação a junho. No mesmo período do ano, em 2024, o preço era de R$5,81 por litro, 3,9% menor que o atual.

Figura 1.
Preço médio do diesel no Centro-Sul (R$/litro). 

Fonte: Scot Consultoria

A retração reflete o repasse tardio das reduções dos preços médios do diesel nas refinarias, promovidas pela Petrobras no primeiro semestre, que ainda impactaram a cadeia de abastecimento em julho - ainda que de forma modesta. Isso sugere que os efeitos dos ajustes continuam sendo sentidos, influenciando gradualmente os preços.

Apesar da valorização de 8,5% no preço do barril de petróleo entre o início de junho e o fim de julho, o impacto disso, sobre os preços do diesel foi pequeno. Em julho, a cotação do barril apresentou pouca variação, mantendo-se estabilizado durante a maior parte do período.

Figura 2.
Cotação do barril de petróleo (US$).

Fonte: Investing / Elaboração: Scot Consultoria

Importação

Embora o Brasil exporte petróleo, 26% do diesel consumido internamente entre maio de 2024 e maio de 2025 foi importado, segundo o Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o que exige do país paridade com os preços internacionais dos combustíveis.

No primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 6,5 milhões de toneladas de diesel, volume 13,2% maior que no mesmo período de 2024. As compras somaram US$4,2 bilhões, desconsiderando os custos com frete.

A principal origem do produto foi a Rússia, com 61,3% das importações, seguida pelos Estados Unidos, com 24% de participação.

Figura 3.
Importações de diesel pelo Brasil, incluindo os totais provenientes da Rússia e dos Estados Unidos, em milhões de toneladas.
Fonte: Comex / Elaboração: Scot Consultoria

Apesar da Rússia ter liderado as exportações de diesel para o Brasil nos últimos seis meses, o quadro mudou em julho.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), até o dia 21 de julho, os Estados Unidos assumiram a dianteira, respondendo por 45% das importações brasileiras, enquanto a Rússia ficou com 35%.

A queda nas importações de diesel da Rússia pode estar ligada ao aumento das pressões internacionais sobre o comércio com o país. Com receio de sanções, grandes distribuidoras - especialmente as com capital aberto - podem evitar negociar com fornecedores russos, buscando outros mercados. Por outro lado, pequenas e médias empresas continuam recorrendo ao combustível russo.

Ainda assim, a queda das importações também pode estar relacionada à menor disponibilidade do produto, resultado de paradas para manutenção em refinarias russas - como, por exemplo, a TAIF-NK REFINERY, uma das maiores do país. Essa restrição na oferta tende a pressionar os preços.

A ANP destaca que os produtos importados costumam chegar ao Brasil com, pelo menos, um mês de defasagem em relação à data de contratação. Isso significa que os desembarques registrados nos primeiros 20 dias de julho provavelmente foram contratados antes das ameaças das sanções tarifárias. Assim, o quadro pode mudar, a depender dos desdobramentos do “tarifaço”.

B15

A partir de 1 de agosto a mistura obrigatória de biodiesel no diesel será de 15% (B15). A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 25 de junho.

Essa mudança visa a redução da dependência de combustíveis fósseis importados e estimular o uso de biocombustíveis produzidos nacionalmente.

De acordo com o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, a mudança não tende a reduzir preços do diesel, entretanto, trará mais previsibilidade ao preço do combustível.

No curto prazo, as oscilações nos preços do petróleo no mercado internacional, aliadas a um cenário geopolítico incerto, permanecem como os principais fatores condicionantes do comportamento do mercado de diesel.

Referencias:

Brasil de Fato. Governo põe mais biocombustível na gasolina e diesel para reduzir preço e importação. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2025/06/25/governo-poe-mais-biocombustivel-na-gasolina-e-diesel-para-reduzir-preco-e-importacao/?utm_source=chatgpt.com. Acesso em: 28 jul. 2025.

BiodieselBR. EUA passam Rússia como maior fornecedor de diesel ao Brasil. Disponível em: https://www.biodieselbr.com/noticias/eua-passam-russia-como-maior-fornecedor-de-diesel-ao-brasil-250725. Acesso em: 28 jul. 2025.

ComexStat. Dados gerais de comércio exterior. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 29 jul. 2025.Investing.com. Brent Oil Historical Data. Disponível em: https://br.investing.com/commodities/brent-oil-historical-data. Acesso em: 29 jul. 2025.

Moscow Times. NPZ TAIF NK остановится на ремонт с 15 июня на месяц — источники. Disponível em: https://www.moscowtimes.ru/2025/06/10/npz-taif-nk-ostanovitsya-na-remont-s-15-iyunya-na-mesyats-istochniki-a165864. Acesso em: 28 jul. 2025.

Uploads Eixos. Report Importações 22-07-25. Disponível em: https://uploads.eixos.com.br/2025/07/report-Importacoes-22-07-25.pdf. Acesso em: 29 jul. 2025.

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