Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista o palestrante Ricardo Burgi

Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o tradicional Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada.

O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.

O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.

Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/

Um dos palestrantes será o engenheiro agrônomo Ricardo Burgi, mestre em nutrição animal e pastagens e diretor da Burgi Consultoria.

Sua palestra abordará os custos, a logística e a operação do confinamento.

Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.

Entrevista com Ricardo Burgi

Scot Consultoria: Quais as principais dificuldades que o confinador encontra para administrar o seu custo operacional?

Ricardo Burgi: Um custo operacional alto decorre principalmente de falhas no projeto e na logística do confinamento. Aspectos da construção e do layout das instalações, do dimensionamento e da operação do maquinário, do planejamento do fluxo de insumos e das rotinas de manejo e arraçoamento dos bovinos são determinantes para a redução e contenção do custo operacional do confinamento.

Scot Consultoria: O que houve de mudanças na logística do confinamento dos anos 90 para os de hoje? Qual o peso dessas mudanças sobre o custo operacional?

Ricardo Burgi: São verificadas duas mudanças mais importantes. A primeira é que hoje há mais alternativas de equipamentos para preparo e distribuição da ração e a segunda é sobre o uso crescente da maior proporção de grãos nas dietas, o que otimiza a operação de arraçoamento do gado.

Scot Consultoria: Quais são os principais gargalos da fase de dimensionamento do confinamento para que haja redução no custo operacional?

Ricardo Burgi: Posso listar alguns pontos, dentre os quais o posicionamento dos estoques de alimentos e da área de produção de volumosos, o desenho dos corredores de arraçoamento e das estruturas de manejo dos bovinos e as vias de acesso ao confinamento, geralmente de tamanho inadequado.

Scot Consultoria: Quais são os principais desafios de custo e operacionais enfrentados pelo produtor que decide confinar na última hora, em resposta à alta do boi, por exemplo?

Ricardo Burgi: Quem resolve confinar de última hora vai enfrentar, dependendo da época do ano, provavelmente a reduzida disponibilidade de volumosos, a necessidade de adequação de instalações e equipamentos e a dificuldade de encontrar pessoal treinado para o trabalho no confinamento.

Scot Consultoria: Qual a representatividade que a mão-de-obra tem no custo operacional do confinamento?

Ricardo Burgi: Dependendo do grau de mecanização e da eficiência do conjunto homem-máquina, pode variar entre 10 % a até 70 % do custo operacional do confinamento.

Scot Consultoria: Se o senhor pudesse dar uma sugestão a um confinador, para reduzir o custo operacional, qual seria?

Ricardo Burgi: São várias as orientações para o confinador. Comece por um bom projeto das instalações. Mas tenha em mente que instalações já existentes podem ser reformadas e reajustadas para otimizar as operações. Será necessário adequação do maquinário, treinamento de mão-de-obra e um bom controle da logística do manejo de insumos e das rotinas operacionais.