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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista o palestrante Leandro Bovo


Quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013 - 09h55

Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o tradicional Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada.

O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.

O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.

Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/

Um dos palestrantes será o médico veterinário Leandro Bovo, operador de mercados agrícolas da BES Securities e membro da Câmara Consultiva do Boi Gordo na BMV&F Bovespa, biênio 2012-2013.

Sua palestra abordará a utilização do hedge no confinamento, contratos futuros de milho na BVM&F, relação de troca do boi gordo com milho e estratégias com opções.

Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.

Entrevista com Leandro Bovo

Scot Consultoria: A alta dos grãos e os preços frouxos do boi gordo, em boa parte de 2012, fizeram com que o número de contratos de hedge fosse maior em relação aos anos anteriores? Comente.

Leandro Bovo: Naturalmente esse cenário seria o esperado, porém, não foi isso que aconteceu. O ocorrido foi justamente o oposto, porque, até meados de junho do ano passado, o cenário que se desenhava era quase perfeito para o confinamento, com os preços dos grãos em forte queda e o preço do boi em alta.

A relação entre sacas de milho e a arroba do boi gordo, que é fundamental no confinamento, ficou por muito tempo em 4,3 sacas/@, extremamente favorável quando comparada à média histórica de 3,30 sacas/@. Porém, a grande maioria analisou esses números e tomou a decisão de confinar, porém, não procurou se utilizar do hedge para travar essa relação favorável.

Então veio a seca americana e em apenas 20 dias essa relação, que era extremamente favorável, veio para 2,85 sacas/@, bem abaixo, portanto, da média histórica. Esse é um erro que vem se repetindo ao longo dos anos. O confinador toma muitas decisões baseado nos preços que o mercado futuro aponta, porém, não entra no mercado futuro para travar esses preços, aí ocorrem os problemas.

 

Scot Consultoria: O que o crescimento de especuladores no mercado futuro pode gerar para o pecuarista que trava sua boiada e seus insumos na bolsa de valores?

Leandro Bovo: O aumento dos especuladores é fundamental para gerar maiores oportunidades para os pecuaristas na bolsa. Um mercado com muitos especuladores tende a ser mais volátil e essa volatilidade exacerbada é a que vai gerar maiores distorções de preços, causando, por exemplo, exagero nos movimentos de alta, proporcionando, desta forma, ótimas oportunidades para a fixação de preços por parte dos produtores mais atentos.

 

Scot Consultoria: O achado priônico que ocorreu no final de 2012 influenciou na projeção de preços e no número de contratos abertos nos meses finais de 2012? Dê exemplos.

Leandro Bovo: Sim, sem dúvida. Diante da notícia a demanda por proteção contra queda de preços para o contrato de janeiro de 2013, por exemplo, aumentou drasticamente, com reflexos tanto no mercado de opções como no mercado futuro.

Apenas como exemplo, nos dias seguintes ao anúncio, a opção de boi mais negociada na BVM&F foi a opção de venda de janeiro de nível R$92,00/@. Foram negociados mais de 2 mil contratos dessa opção.

O mercado futuro também operou em forte queda após o anúncio, com reflexos baixistas para toda a curva de preços, reflexos esses que perduraram até o final de janeiro. Este mercado ficou sistematicamente abaixo dos preços do mercado físico, só subindo na última semana e influenciado, portanto, pela aproximação da data de liquidação do contrato pela média do índice ESALQ à vista.

 

Scot Consultoria: A expectativa de mais um ano de boa oferta de animais terminados pode culminar em preços mais comedidos para a arroba em 2013. Como o mercado de opções pode minimizar os riscos do pecuarista?

Leandro Bovo: Em momentos como o atual, ou seja, do período de baixa do ciclo pecuário, o risco de queda de preços está sempre presente e com a oferta de animais terminados mais abundante, o mercado reage com quedas mais fortes a qualquer diminuição da demanda, aumentando ainda mais os riscos para o produtor.

Nesse ambiente as opções de venda, que garantem um preço de venda mínimo, abaixo do qual o produtor está protegido, ganham ainda mais importância, principalmente se cobrirem os custos de produção, deixando uma margem de lucro minimamente satisfatória.

A boa noticia é que, até o momento, neste ano a volatilidade implícita nas negociações de opção está historicamente baixa (ao redor de 8,0%, contra 12,0% no mesmo período do ano passado, por exemplo), o que torna as opções mais baratas e sendo um incentivo adicional para os hedgers comprarem seguros contra as quedas de preços.


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