A Conab revisou para cima a estimativa de produção de algodão, que deverá ser recorde.
Foto: Freepik
A Conab divulgou, em 12/6, o nono relatório da safra 2024/25. A produção de algodão em pluma foi ajustada para 3,9 milhões de toneladas – aumento de 8 mil toneladas em relação ao boletim anterior.
Em relação à safra passada, 2023/24, a estimativa de produção aumentou 5,7%.
A colheita está em andamento e, até 14 de junho, alcançara 2,8% da área semeada. Nos dois principais estados produtores, Mato Grosso e Bahia, os percentuais estavam em 0,5% e 8,0%, respectivamente.
A colheita está 0,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado e 0,4% abaixo da média dos últimos cinco anos (figura 1).
Figura 1.
Percentual (%) da colheita do algodão em 2024 e 2025.
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
Nesta safra, a área foi a maior cultivada em anos, conforme mostra a figura 2 – são 2,1 milhões de hectares, área que não era cultivada desde 1989.
Figura 2.
Evolução da área cultivada e da produção de algodão em pluma no Brasil (milhões de hectares e toneladas, respectivamente).
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
A expansão do algodão ganhou força em 2017. Desde então, a área semeada mais que dobrou, passando de 939,1 mil hectares para 2,1 milhões de hectares - um crescimento de 121,9%. A produção aumentou, saltando de 1,5 milhão para 3,9 milhões de toneladas, um aumento de 155,3%.
O Brasil tem potencial para ampliar a participação no mercado internacional. Atualmente, é responsável por 14,1% da produção mundial de pluma e por 30,5% das exportações globais. Já os Estados Unidos, principal concorrente, responde por 12% da produção global e por 27% das exportações.
O Brasil está ocupando o espaço dos Estados Unidos no mercado internacional, se tornando uma potência global na produção e exportação da fibra.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), o Brasil é o terceiro produtor e o maior exportador de algodão em pluma (tabela 1). A projeção para próxima safra é de que esse cenário se mantenha.
Tabela 1.
Cinco principais produtores e exportadores de algodão em pluma, em milhões de toneladas.
País | Safra 18/19 | Safra 19/20 | Safra 20/21 | Safra 21/22 | Safra 22/23 | Safra 23/24 | Safra 24/25 | Safra 25/26 | |
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Produção | |||||||||
China | 5,9 | 5,9 | 6,4 | 5,8 | 6,7 | 6,0 | 7,0 | 6,5 | |
Índia | 5,7 | 6,2 | 6,0 | 5,3 | 5,7 | 5,5 | 5,2 | 5,1 | |
Brasil | 2,0 | 2,8 | 3,0 | 2,4 | 2,6 | 5,7 | 3,7 | 4,0 | |
Estados Unidos | 4,0 | 4,3 | 3,2 | 3,8 | 3,2 | 2,6 | 3,1 | 3,0 | |
Paquistão | 1,7 | 1,4 | 1,0 | 1,3 | 0,8 | 1,5 | 1,1 | 1,1 | |
Exportação | |||||||||
Brasil | 1,3 | 1,9 | 2,4 | 1,7 | 1,4 | 2,7 | 2,8 | 3,1 | |
Estados Unidos | 3,2 | 3,3 | 3,5 | 3,1 | 2,7 | 2,6 | 2,5 | 2,7 | |
Austrália | 0,8 | 0,3 | 0,3 | 0,8 | 1,3 | 1,1 | 1,1 | 1,1 | |
Mali | 0,3 | 0,3 | 0,2 | 0,3 | 0,2 | 0,3 | 0,2 | 0,3 | |
Benin | 0,3 | 0,2 | 0,3 | 0,4 | 0,2 | 0,2 | 0,3 | 0,3 |
Fonte: USDA. Elaboração: Scot Consultoria
A competitividade do Brasil está fundamentada nos baixos custos de produção, nos investimentos em tecnologia e no aproveitamento das safras, com o cultivo do algodão sendo realizado como segunda safra após a soja.
Dessa forma, o país consolida a posição como importante produtor e exportador de algodão.
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