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Scot Consultoria

Menos milho, mas as preocupações são as mesmas


Quarta-feira, 31 de outubro de 2018 - 16h30

Douglas Coelho é zootecnista formado pela UNESP – Jaboticabal-SP e sócio da Radar Investimentos


Foto: pixabay.com


No artigo de hoje, decidimos olhar mais para frente do que para trás, principalmente para o milho, que foi o tema abordado pelo Leandro Bovo na semana anterior.


Os futuros do cereal que tiveram um longo período de baixa na esteira do dólar, mostraram alguma reação durante esta semana. Parte dos agentes consultados no mercado físico sentiram algum recuo das ofertas durante esta semana em relação as anteriores, combinada com alguma demanda de virada do mês/alojamento para o final do ano.


O fator de atenção que talvez mereça mais destaque no mercado de grãos foi o comportamento da moeda norte-americana diante das eleições. As cotações precificaram a vitória de Bolsonaro durante corrida e as divulgações das pesquisas de semana em semana. No entanto, este movimento ganhou sustentação após a vitória. Veja na figura 1 o longo movimento de queda seguido de uma distribuição curta.


Figura 1.
USD/BRL desde outubro de 2016.
Fonte: Radar Investimentos / Brodcast 


As últimas semanas tiveram uma pitada de volatilidade baseadas em expectativas, já que o rombo fiscal ainda deve demorar alguns anos para ser resolvido. Em entrevista ao Valor Econômico, a vice-presidente da Moody´s (uma das principais agências de classificação de risco), disse que a aprovação das reformas, em especial a da Previdência, será crucial para a avaliação do Brasil em 2019. Este pode ser um grande evento direcionador dos mercados. 


Para a oferta e demanda de milho, o último relatório da Conab aponta para queda de 20,3% dos estoques finais do ciclo 2018/2019 comparado ao anterior. Ao passo que a área plantada total na próxima safra beira à estabilidade. A própria instituição enxerga a taxação da Argentina como uma janela para as exportações nacionais do cereal.


Para o mercado interno, um evento macro e de médio prazo ligado ao consumo da suinocultura também merece atenção. A peste suína africana na China tem alterado as projeções dos analistas em relação a produção de carne suína do país asiático entre 4% e 10% YoY em 2019. Caso este fato ganhe corpo é possível acreditar em algum fôlego na suinocultura brasileira, principalmente a exportadora.


Para aqueles que consomem o cereal, sejam indústrias de consumo ou granjas, a proteção contra oscilações de alta é tão simples e direta como o seguro de um carro. A cotação da call tende a ficar mais em conta naqueles dias de baixa e para os contratos mais próximos no mercado futuro do milho.



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