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Menos desmate em MT


Quarta-feira, 1 de setembro de 2010 - 10h19

Análises do Imazon e Inpe confirmam diminuição de até 51% na devastação da floresta no Estado, tendência já esperada. Análises mensais de satélites feitas tanto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) quanto pela ONG Imazon, divulgadas ontem, confirmaram a diminuição no ritmo de desmatamento em Mato Grosso. Com metodologias distintas e abrangendo satélites diferentes, os dois boletins revelaram percentuais de redução do corte da floresta no Estado acima da média de toda a Amazônia Legal, embora tenha ocorrido aumento na atividade desmatadora de junho para julho deste ano. A tendência de redução no ritmo do desmate fica evidente se compararmos os números registrados - pelo Imazon e pelo Inpe - entre agosto de 2008 e julho de 2009 com os registrados entre agosto de 2009 e julho de 2010. Entre esses períodos, o Inpe apontou uma queda brusca de 51% no desmate em Mato Grosso, caindo de 1.428 Km2 para 699,8 Km2. A média de decréscimo na Amazônia Legal havia sido de 47,52%. Já o Imazon registrou queda de 435 Km2 para 342 Km2, uma redução de 21% no Estado – a média na região amazônica foi de 16%. A tendência de redução da atividade desmatadora se manteve mesmo com aumentos ocorridos entre junho e julho no Estado. No último mês analisado, Mato Grosso teve participação de 23% do total desmatado, segundo o Imazon, e de 21,07%, segundo o Inpe. Possivelmente, por esse motivo, a Polícia Rodoviária Federal registrou aumento na apreensão de madeira ilegal no último mês (ver matéria). Só o Pará desmatou mais que Mato Grosso, novamente segundo ambas as análises de satélites. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) espera mais uma confirmação desta tendência com a análise do Prodes, sistema de monitoramento mais minucioso que o Deter, mas a ministra Izabella Teixeira já comemorou os resultados por considerar que, no período analisado pelo Inpe, a região da Amazônia Legal esteve encoberta por nuvens só em 29% de sua extensão, propiciando registros de satélites mais verossímeis. O otimismo com a redução do desmate também tem levado municípios conhecidos pela devastação da floresta a pleitearem a reversão dessa imagem. Pelo menos cinco da Amazônia Legal, três deles mato-grossenses, estão solicitando ao MMA sua retirada da “lista negra” de grandes desmatadores – uma relação de 43 municípios que motivou a operação federal Arco de Fogo, em 2008, entre eles Juína, Brasnorte e Feliz Natal. Após a operação, houve embargos federais aos municípios e às propriedades consideradas devastadoras da floresta. Os três municípios mato-grossenses citados firmaram um convênio com a ONG The Nature Conservancy para conseguir implementar o Cadastro Ambiental Rural (CAR), requisito para que o MMA retire a cidade da indesejada lista. Segundo o secretário de Meio Ambiente de Juína, Vicente Peruzzo Lulu, sair da lista é uma prioridade para a administração municipal e para os produtores da região. Tanto que, segundo ele, os produtores têm se conscientizado e utilizado tecnologias que não agridem a vegetação, fazendo com que não haja mais desmatamento na área do município – da qual 64% são terras indígenas. Por outro lado, o Inpe apontou a detecção de 17,02 Km2 de desmatamento em Juína no mês de julho. A reportagem também tentou contatar os prefeitos de Feliz Natal e Brasnorte, sem sucesso. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Renê Dioz, 31 de agosto de 2010.
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