Biodiesel com óleo soja foi recorde no primeiro semestre de 2025. A ampliação da mistura para B15 deixa margem de 7,1% de aumento a partir de agosto.
Foto: Freepik
Até junho, o Brasil produziu 4,6 milhões de m³ de biocombustível, volume 7,2% maior que no mesmo período de 2024 (4,3 milhões de m³).
Do total produzido em 2025, 75,1% (3,5 milhões de m³) tem origem no óleo de soja – o maior volume já utilizado para um primeiro semestre (figura 1).
Considerando o padrão sazonal histórico, projeta-se um incremento médio de 16,3% no volume utilizado no segundo semestre. Assim, a estimativa para o período é de 4 milhões de m³ de biodiesel derivado do óleo de soja – valor calculado sem considerar a adoção do B15.
Com a elevação obrigatória da mistura de biodiesel no diesel fóssil de B14 para B15, projeta-se um incremento adicional de 7,1% na produção total de biodiesel. Essa mudança amplia a margem de crescimento para o óleo de soja como matéria-prima a partir de agosto, quando a nova regra entra em vigor.
Figura 1.
Comparação semestral do uso de óleo de soja (milhões de m3) destinado a produção de biodiesel e sua participação na produção total, entre o período de 2017 a 2025.
Fonte: ANP/ Elaboração: Scot Consultoria
Para atender à produção estimada de 11,6 milhões de m³ de óleo de soja para 2025(projeção ABIOVE), será necessário processar 169,7 milhões de toneladas de grãos, considerando um rendimento médio de 20,1% de óleo.
Do volume processado até junho de 2025, 29,8% do óleo produzido foi destinado à fabricação de biodiesel (figura 2).
Os contratos de biodiesel até 1 de julho, totalizaram 1,66 milhão de m³ para agosto e setembro (ANP) – volume calculado com base no mandato B14.
Com a elevação para B15, estima-se um volume de 1,77 milhão de m³ para o mesmo período.
Figura 2.
Produção de óleo de soja e utilização no biodiesel (milhões de m3 ) entre o período de 2017 a 2025.
Fonte: ABIOVE, ANP / Elaboração: Scot Consultoria
*Produção estimada/uso de óleo de soja até junho.
Sendo assim, com base nas projeções e mudanças regulatórias, o setor encara um segundo semestre de alta demanda por óleo de soja. A combinação do padrão sazonal com a adoção do B15 deverá eleger 2025 um ano recorde na utilização desse óleo para biocombustíveis.
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