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Principais temas do 4o. Fórum Futuro do Agro (Globo Rural)

Caminhos para um agro sustentável: incentivos verdes, inovações e redução da pegada de carbono.


Foto: Freepik

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Em 18 de junho, a Globo Rural realizou o 4o. Fórum Futuro do Agro, um evento que reuniu lideranças de empresas rurais, redes de varejo e entidades do setor, com seus respectivos representantes*. O encontro discutiu os desafios da COP-30, abordando os temas listados em seis tópicos neste texto.

1. Desmatamento e Green Zones

O tema dos primeiros painéis foi o desafio dos desmatamentos no Brasil, áreas destinadas à produção agropecuária e critérios de sustentabilidade, onde os seguintes pontos foram levantados:

• Apesar da existência de legislações ambientais robustas, há falhas severas na fiscalização e no cumprimento das normas, resultando em elevados índices de desmatamento ilegal;

• O problema está na fragilidade dos mecanismos de controle e na baixa responsabilização dos infratores, o que compromete a credibilidade das zonas sustentáveis;

• O Brasil registrou em 2024, 1,2 milhões de hectares desmatados, sendo 93,0% ilegais**, queda de 33,3% em relação a 2023 (MAPBIOMAS);

• O Brasil possui 567,0 milhões de hectares registrados no CAR, com 192,0 milhões de hectares de reserva legal, segundo dados do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SICAR).

Os palestrantes também debateram sobre as Green Zones, que são espaços abertos ao público, com programação promovida por organizações da sociedade civil, setor privado, universidades e outros atores não governamentais. É um ambiente de diálogo, troca de experiências e mobilização pela ação climática.

2. Crédito de carbono e certificação

O debate destacou o potencial de geração de créditos de carbono no Brasil, e os desafios estruturais como dificuldade na certificação das práticas sustentáveis, baixa remuneração ou ausência de bonificações no mercado de carbono, desestimulando a adesão de produtores, e falta de clareza regulatória e barreiras de acesso ao mercado internacional de carbono.

3. Bonificação do "boi China" e desigualdade na cadeia produtiva

Foi dito que a bonificação recebida na exportação do "boi China", beneficia apenas o elo final da cadeia, ou seja, o invernista, o restante da cadeia não são contemplado com incentivos ou repasse financeiro proporcional. Apesar da citação durante o fórum, não foram apresentadas soluções práticas durante o painel.

4. Fertilizantes x biofertilizantes

Sem citar fontes, os debatedores discorreram sobre o uso reduzido de biofertilizantes no Brasil, afirmando que de 3,0% a 5,0% dos fertilizantes utilizados são biológicos, frente a 95,0% de origem química. Os principais entraves mencionados foram:

Alto custo de produção dos biofertilizantes;

Repercussão no aumento do preço final do alimento, o que reduz a competitividade do produto sustentável;

Ausência de incentivos financeiros ou fiscais para sua adoção.

5. Financiamento verde e SLL

O segundo painel tratou do instrumento financeiro SLL (Sustainability Linked Loans), um modelo de financiamento atrelado a metas de sustentabilidade, com redução das taxas de juros conforme as metas sustentáveis são atingidas ou aumento, caso contrário.

Foi evidenciado que em 2024, houve 1,2 mil clientes ativos nessa modalidade. O volume de crédito liberado foi de R$5,6 bilhões, principalmente para recuperação de pastagens degradadas.

6. Biocombustíveis e cultivo sustentável

No quarto painel, foram discutidas alternativas energéticas e novas culturas para biocombustíveis. Levantaram a questão de que, o Brasil está preparado para o B15 e que já era para ter sido implementado, porém em função do aumento dos custos foi adiado pelo governo.

Entre as culturas, a macaúba foi destaque. O fruto da palmeira nativa brasileira possui capacidade de produção de óleo até oito vezes superior à soja. Uma solução para evitar o desmatamento, com a implementação da planta em áreas com pastagens degradadas, oferecendo alto potencial produtivo.

*Representantes: https://oglobo.globo.com/projetos/forumdoagro/
**Ilegais: Pelo menos um indício de irregularidade, ou seja, não cruzam espacialmente com autorizações ou estão dentro de territórios protegidos.

Contraponto

Bonificação do "boi China" e desigualdade na cadeia produtiva:

Embora a bonificação da exportação do "boi China" seja repassada ao produtor final, o invernista, o impacto econômico se propaga por toda a cadeia produtiva. O produtor que recebe o prêmio reinveste esses recursos em técnicas agronômicas (como genética, ração, medicamentos, equipamentos etc.), contratação de serviços (assistência técnica, logística etc.) e, na aquisição de bovinos para reposição, beneficiando criadores, recriadores.

Esse ciclo virtuoso gera demanda e valor proporcional para todos os elos anteriores, fortalecendo a cadeia como um todo. Além disso, a exigência do mercado chinês catalisou uma revolução na pecuária brasileira criando externalidades positivas para todos os agentes, de frigoríficos a cooperativas de insumos. Não por acaso, a China responde por 48,0% das exportações brasileiras de carne bovina.

Fertilizantes x biofertilizantes:

Apesar dos desafios de custo e competitividade citados, o cenário dos biofertilizantes no Brasil está em transformação. A sanção da Lei no 15.070/2024 (Lei dos Bioinsumos) trouxe clareza regulatória para produção, registro e comercialização, reduzindo inseguranças e estimulando investimentos.

Esse marco é um incentivo estrutural já sentido pela cadeia. O setor de biológicos nacional cresceu quatro vezes acima da média global, com aumento de 13,0% na *área potencial tratada, na safra 2024/2025 (atingindo 155,4 milhões de hectares), com aumento da taxa de adoção de 23,0% para 26,0%, indicando aumento no uso pelos produtores (BLINK/CROPLIFEBRASIL).

* Área potencial tratada: considera o número de aplicações de produtos biológicos na mesma área.

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