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Scot Consultoria

Hyberville Neto concedeu uma entrevista ao canal Terraviva


Quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017 - 14h26

Foto: Hyberville Neto, consultor de mercado da Scot Consultoria


Sidnei Maschio: Hyberville, o que foi que não deu certo e por que o consumo de carne tá só piorando em vez de melhorar?


Hyberville Neto: A situação econômica geral, embora com sinais de melhoria, está ruim. Com isto, o cenário de dificuldade de escoamento continua.


Para o médio prazo temos indicadores de melhoria, como a inflação menor, fator positivo para o poder de compra da população. Por outro lado o desemprego continua forte, o que limita expectativas mais otimistas.


Sidnei Maschio: Todo mundo sabe que normalmente janeiro é o pior mês do ano pras vendas de carne, né. E agora em fevereiro, o movimento tá apresentando alguma melhora?


Hyberville Neto: Na virada do mês ocorreu uma melhoria do escoamento, mas depois a dificuldade nas vendas voltou a ser a realidade.


Sidnei Maschio: Como tá sendo o comportamento dos preços no mercado atacadista desde o começo do ano, Hyberville?


Hyberville Neto: Desde o início do ano a cotação do boi casado no mercado atacadista de carne bovina cedeu 6,0%. Dianteiro avulso e traseiro avulso cederam 0,7% e 7,2%, respectivamente, frente ao início do ano.


Sidnei Maschio: Essas quedas no preço da carne no atacado tão sendo repassadas pro comércio varejista?


Hyberville Neto: O cenário de consumo fraco tem sido sentido pela ponta da cadeia. Os preços tiveram diversas quedas desde o começo do ano, com a dificuldade de escoamento.


Sidnei Maschio: Mesmo com o consumo ruim, os frigoríficos terminaram o ano passado com a sua margem de comercialização até um pouco acima da média histórica, né? E agora, Hyberville, como é que tá a situação atual do setor?


Hyberville Neto: Como, além da carne, os preços do boi gordo cederam também, as margens de comercialização ainda trabalham em patamar acima da média histórica. Com a venda de todos os produtos do abate, a receita de um frigorífico que não desossa supera em 18,5% o preço do boi gordo.


Sidnei Maschio: Outra forma de reduzir a oferta de carne no mercado é fechar frigoríficos, e só neste começo de ano cinco unidades importantes já baixaram as portas. Será que vai ficar só nisso ou existe o risco de repetição do que aconteceu em dois mil e quinze, quando mais de cinquenta estabelecimentos de todas as regiões do país encerraram suas atividades?


Hyberville Neto: Sempre há possibilidade de fechamentos, a situação geral não está boa há algum tempo. De toda forma, a tendência é que com uma oferta maior de fêmeas e uma possível melhoria do consumo a situação da indústria fique melhor que nos últimos anos.


Sidnei Maschio: Além de tentar encurtar a oferta do produto que ele vende no mercado, o dono do frigorífico também tá fazendo de tudo pra derrubar o valor da matéria-prima que ele compra na praça, que é o boi gordo, né. A indústria tá conseguindo ter sucesso nesta má intenção dela, Hyberville?


Hyberville Neto: A pressão de baixa e testes de valores menores pelos compradores são frequentes, mas a estratégia de pressão tem perdido força em algumas regiões, devido à retenção de boiadas pelos produtores.



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