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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista o zootecnista e professor da Unesp Jaboticabal, Mateus Paranhos


Terça-feira, 25 de fevereiro de 2014 - 09h51


O confinamento de bovinos não é essencial para o sucesso na pecuária, mas ajuda muito. Sucesso, grana, produtividade e racionalização. Na pecuária de corte tudo isso é possível, mas fica mais possível com o confinamento de bovinos.


O Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, que já é tradição no mês de abril entre os confinadores, apresenta a cada ano algo diferente. Em 2014 inovamos o modelo de palestras, para tornar o evento ainda mais dinâmico e interativo.


O Encontro acontecerá nos dias 23 e 24 de abril no Centro de Convenções de Ribeirão Preto-SP. No dia 25 de abril ocorrerá uma visita técnica opcional ao Confinamento Monte Alegre em Barretos-SP.


Aproveite e faça sua inscrição com o desconto especial do mês de fevereiro, que acabará sexta feira, dia 28.


Acesse www.encontroconfinamento.com.br e veja todas as informações, ou ligue 17 3343 5111.


Um dos palestrantes será o zootecnista Mateus Paranhos da Costa, doutor em psicobiologia pela Universidade de São Paulo. É professor assistente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), pesquisador-visitante na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e membro de Comitê Consultivo em Educação e Bem-Estar Animal da Comissão Europeia.


Sua palestra abordará o tema "Problemas de manejo, o que se perde com isso?".


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.


Entrevista com Mateus Paranhos


Scot Consultoria: Como medir, monetariamente, os custos com um mau manejo dos animais no confinamento?


Mateus Paranhos: Bem, esta é uma resposta complexa, pois envolve muitas abordagens, dentre elas:


a) Falhas de manejo na formação de lotes para o confinamento: Isto pode atrasar o período de adaptação dos animais a este regime de criação, resultando em baixa ingestão, maior frequência de brigas e na expressão de sodomia, que por sua vez levam a ocorrência de maior variação individual no desempenho dos animais nas primeiras semanas de confinamento, podendo inclusive, resultar em maior número de animais que não se adaptam a nova condição de criação. 


b) Falhas no dimensionamento das estruturas do confinamento (espaço por animal, tamanho do cocho, fluxo de água nos bebedouros, etc.): Podem levar a baixo desempenho (em geral, em situações extremas) ou maior variação dentro do lote, com maiores diferenças de desempenho entre os animais classificados como "fundo" e "cabeceira". Além disso, dependendo das condições climáticas, do tipo de solo e declividade do terreno, pode aumentar os problemas com poeira ou lama, que aumentam os riscos de doenças e baixo desempenho. 


c) Falhas de manejo no curral: Aumentam riscos de hematomas nas carcaças e de problemas de pH na carne. Além de tornar o trabalho mais difícil e arriscado, aumentando o risco de acidentes de trabalho.


Scot Consultoria: Qual a influência que o número de bovinos de um lote confinado exerce sobre o ganho de peso diário? Existe um número ideal de animais para esses lotes?


Mateus Paranhos: Este é um tema que ainda não está bem estudado. Existem evidências na literatura cientifica de que o bovino é capaz de conhecer bem cada animal de seu grupo quando o número de animais no lote não é maior que 100, e que os bovinos têm muita dificuldade de conhecer a todos (e assim, estabelecer a hierarquia de dominância) quando o número de animais no lote é maior que 150. Não há estudos que confirmem isto em confinamento, mas a experiência prática indica que esses números fazem sentido. É um tema que precisa ser melhor estudado.


Scot Consultoria: Existem técnicas para minimizar a perda de peso resultante de um mau manejo no embarque de bovinos para o abate? Quais são elas?


Mateus Paranhos: A perda de peso não é o problema mais comum decorrentes do mau manejo no embarque, embora ela possa acontecer, quando este manejo é muito mal feito. Os problemas mais frequentes são aumento da ocorrência de hematomas na carcaça, desidratação, extremo esforço físico dos animais, levando a problemas de hematomas nas carcaças e aumento no risco de acidentes (com os trabalhadores e os animais). Para minimizar esses riscos é aconselhável aplicar as boas práticas de manejo nas rotinas das fazendas, de forma a tornar os animais menos reativos aos humanos. Não basta melhorar apenas o manejo no momento do embarque.  Animais menos reativos são mais fáceis de manejar e há menor risco de acidentes.


Scot Consultoria: Quais os principais tópicos que serão abordados na sua palestra?


Mateus Paranhos: Trataremos das rotinas de manejo para recepção dos animais e formação dos lotes para o confinamento, acompanhamento dos animais durante o período de confinamento, rotinas de manejo no curral e, no final, daremos ênfase ao manejo de embarque.



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