Com o avanço da colheita, a oferta aumentou, pressionando os preços.
Foto: Freepik
A colheita do trigo está em andamento nas principais regiões produtoras (Paraná e Rio Grande do Sul). Entretanto, em alguns dos estados produtores, o processo está na fase final ou concluída (tabela 1).
O Rio Grande do Sul, principal produtor, ainda não havia iniciado a colheita até o dia 27/9. Do ponto de vista fenológico, quase metade das lavouras brasileiras ainda se encontra em fase de desenvolvimento vegetativo.
Tabela 1.
Colheita do trigo nos principais estados produtores do Brasil.
| Unidade da Federação | Semana até: | Média 5 anos | ||
|---|---|---|---|---|
| 2024 | 2025 | |||
| 28/set | 20/set | 27/set | ||
| Goiás | 97,0% | 98,0% | 98,0% | 76,0% |
| Minas Gerais | 100,0% | 98,0% | 100,0% | 99,5% |
| Bahia | 85,0% | 10%* | 30,0% | 41,0% |
| Rio Grande do Sul | 0,0% | 0,0% | 0,0% | 0,2% |
| Paraná | 48,0% | 35,0% | 41,0% | 44,4% |
| Santa Catarina | 0,0% | 0,0% | 0,0% | 1,0% |
| São Paulo | 65,0% | 45,0% | 60,0% | 51,0% |
| Mato Grosso do Sul | 100,0% | 96,0% | 100,0% | 100,0% |
Fonte: Conab. Elaboração: Scot Consultoria.
A estimativa de produção nacional da safra de trigo em colheita no Brasil - referente ao ciclo 2025 - mantém a tendência de queda observada desde o sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A projeção atual estima a produção em 7,5 milhões de toneladas, volume 4,5% inferior ao da safra anterior.
Essa retração é reflexo da redução na estimativa de área semeada, algo já previsto, em razão dos custos mais elevados e dos preços do trigo em baixa, quando comparados ao mesmo período do ano passado. Esse cenário gerou a expectativa de margens mais apertadas para os produtores, que optaram por migrar para outras culturas.
Até o momento, segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonelada do trigo está cotada em R$1.256,93, queda de 6,7% em relação a agosto. Nos últimos treze meses, a desvalorização chega a 12,1% (figura 1).
Figura 1.
Preço médio da tonelada do trigo.
Fonte: Cepea/Esalq / Elaboração: Scot Consultoria. *até: 3/10.
Outro fator que mantém o mercado pressionado é a oferta vinda da Argentina, cuja produção chega ao Brasil com preços bastante competitivos e a produção local fora boa no ciclo atual.
Para o curto prazo, com o avanço da colheita, os preços devem seguir em queda, mesmo diante da perspectiva de menor produção.
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