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  • Terça-feira, 12 de agosto de 2025
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Scot Consultoria

Carta Grãos e Agricultura - Milho: margem de processamento é a melhor do ano

Recuo no preço do milho maior que os movimentos dos produtos processados sustentou a margem das indústrias de etanol de milho.


Foto: Freepik

Foto: Freepik

A colheita da safra brasileira de milho 2024/25 está atrasada. Com uma janela de semeadura tardia e precipitações fora de época (março/abril) nas principais praças produtoras, o desenvolvimento da cultura se estendeu.

Até 2 de agosto, 75,2% da área semeada fora colhida. No ano passado, o índice de colheita era de 91,3% e, na média dos últimos cinco anos, era de 77,6%. Veja na tabela 1.

Tabela 1.
Progresso da colheita da segunda safra de milho no país.

Estado

Semana até:

Média

5 anos

2024

2025

3/ago

26/jul

2/ago

Goiás

88,0%

41,0%

60,0%

72,6%

Piauí

98,0%

86,0%

92,0%

89,6%

Tocantins

100,0%

97,0%

99,0%

97,0%

São Paulo

65,0%

10,0%

18,0%

34,6%

Minas Gerais

60,0%

43,0%

51,0%

50,2%

Maranhão

75,0%

97,0%

100,0%

85,0%

Mato Grosso do Sul

87,0%

37,0%

42,0%

47,8%

Mato Grosso

99,3%

87,6%

95,2%

96,9%

Paraná

85,0%

53,0%

65,0%

46,8%

9 estados

91,3%

66,1%

75,2%

77,6%

Fonte: Conab

Apesar do atraso, o desenvolvimento da cultura ocorreu em boas condições e se confirmado, a produtividade e produção, aumentarão, respectivamente, 11,6% e 14,3% em relação à safra passada, totalizando 131,9 milhões de toneladas – safra recorde (1ª, 2ª e 3ª safra).

O aumento da oferta tem pressionado os preços, que se encontram na mínima do ano. Acompanhe na figura 1.

Figura 1.
Preço do milho, em R$/saca, em diferentes regiões do Brasil.

Fonte: Scot Consultoria

O preço médio, em R$/saca, em julho de 2025, apesar da queda desde o início do ano, é maior do que há um ano. 

Apesar disto, os principais consumidores viram uma melhora no poder de compra, com a cotação de seus produtos tendo maior valorização (ou menor depreciação) na base anual ou semestral, fato que melhorou a margem das operações. Veja na tabela 2. 

Tabela 2.
Preço de diferentes commodities que utilizam o milho ou derivam dele, sua variação (%) mensal, semestral e anual.

Produto

jul-25

(A)

Há seis meses

(B)

Há um ano

(C)

A/B (%)

A/C (%)

Milho,

R$/saca

R$ 46,30

R$ 64,78

R$ 42,26

-28,5%

9,6%

Frango resfriado*,

R$/kg

R$ 6,64

R$ 7,91

R$ 6,23

-16,0%

6,5%

Carcaça especial suína*,

R$/kg

R$ 12,33

R$ 11,88

R$ 11,56

3,8%

6,6%

Boi gordo**,

R$/@

R$ 295,51

R$ 308,03

R$ 205,40

-4,1%

43,9%

DDG ou DDGS, 30% de PB,

R$/t

R$ 1.143,64

R$ 1.120,68

R$ 1.105,93

2,0%

3,4%

Óleo de milho,

R$/kg

R$ 5.710,28

R$ 5.210,49

4560,5

9,6%

25,2%

Etanol hidratado,

R$/l

R$ 3,23

R$ 3,29

R$ 3,07

-1,9%

5,2%

*considerando a referência para São Paulo e os preços no atacado, simulando a receita da agroindústria com a venda do produto.
**média de preços entre as praças de Mato Grosso, considerando o preço a prazo e livre de impostos.
Fonte: Scot Consultoria, CEPEA

Produção de etanol e a margem bruta de processamento (MDP) das usinas

A produção de etanol de milho no Brasil ganhou relevância de 2020 para cá. 

Adiante, analisaremos a margem da operação em 2025, que, com a queda do preço do milho, está em seu melhor nível. 

O etanol não é a única fonte de receita das usinas. Os coprodutos (ou produtos) do processamento tem relevância na margem bruta, sendo os grãos secos de destilaria (DDG/DDGS) e o óleo de milho os mais relevantes – a levedura do processo de fermentação e outros produtos também podem ser aproveitados, mas, aqui, focaremos nesta tríade: etanol, DDG/DDGS e óleo de milho. 

Segundo dados da UNEM (União Nacional do Etanol de Milho), uma tonelada de milho processada produz, aproximadamente, 440 litros de etanol, 212kg de DDG/DDGS e 19kg de óleo de milho. 

Partimos destas premissas para calcular a margem bruta de processamento (MBP) das usinas de etanol de milho. 

Ressaltamos, porém, que agentes do setor indicam que o rendimento, em função da otimização dos processos industriais, pode ser maior do que as médias apontadas pela Unem. 

Para o DDG/DDGS, por exemplo, há a indicação de que até 290kg por tonelada possam ser produzidas. Já para o óleo, o rendimento pode oscilar entre 17 e 22kg/t. 

Estimamos que, com a queda no preço do milho e maior firmeza no preço dos coprodutos, conforme apresentado na tabela 2, a margem bruta do processamento (MDP) está em seu melhor nível em 2025 – R$463,00/t, em Mato Grosso e, R$451,00/t, em Goiás. Acompanhe na figura 2. 

Figura 2.
Margem bruta de processamento (MDP), em R$/t, das usinas de etanol de milho.

Fonte: Scot Consultoria

A margem não considera os custos operacionais, mas serve como um indicador da saúde momentânea da indústria.

Com a colheita ainda em andamento e uma boa oferta adiante, a expectativa é de que os preços do milho trabalhem entre estabilidade ou queda no curto prazo. 

Do lado dos coprodutos, o aumento do teor de participação do etanol na gasolina (E30) e do biodiesel no diesel (B15), iniciado em agosto, deverá estimular a demanda interna por etanol e óleo – de soja ou derivados – contribuindo com preços sustentados.

Para o DDG/DDGs, a antecipação de vendas no início do ano (as programações de entrega pelos fornecedores já datam outubro/25), colabora para que a indústria tenha pouco produto no mercado físico e, o que se faz necessário vender, manter os preços firmes.

Para análises mais completas, dados detalhados e recomendações estratégicas, acesse os serviços da Scot Consultoria aqui.

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