Mercado internacional ofertado e compradores abastecidos tem levado à queda de preços e excedente de oferta de farelo de soja.
Foto: Freepik
O mercado global do farelo de soja tem sido marcado por uma oferta elevada. A combinação de uma safra histórica de soja no Brasil, estimada em 168,3 milhões de toneladas (CONAB), com esmagamento interno projetado em 56,1 milhões de toneladas e produção de farelo próxima de 41 milhões de toneladas e, com números altos projetados pelo USDA para 2025/26 — 175 milhões de toneladas de soja e 41,6 milhões de toneladas de farelo; uma safra com desempenho acima do esperado na Argentina, estimada em cerca de 50 milhões de toneladas de soja e 28,5 milhões de toneladas de farelo (BCB); e as boas perspectivas para a safra nos Estados Unidos, projetada em 117,9 milhões de toneladas de soja, com esmagamento de 72,1 milhões de toneladas e produção de farelo de 59,8 milhões de toneladas (USDA), somadas a uma demanda aquecida por óleo de soja, têm gerado um excedente de oferta e pressionado os preços do farelo.
A produção global de farelo está estimada em 401 milhões de toneladas em 2025/26 (USDA). Aumento de 13,7 milhões de toneladas ou 3,5% em relação a 2024/25.
Em relação às exportações brasileiras, de janeiro a junho foram embarcadas cerca de 11,3 milhões de toneladas, um aumento de 1,0% em comparação ao mesmo período de 2024 (figura 1). Apesar do maior volume, o faturamento free on board (FOB) foi menor (figura 2).
Figura 1.
Evolução das exportações brasileiras de farelo de soja – volume mensal em mil toneladas (2024-2025).
Fonte: Comex / Elaboração: Scot Consultoria.
De janeiro a junho, o faturamento FOB com a exportação do farelo foi de cerca de US$ 4,0 bilhões, um recuo de 19,2% em relação ao mesmo período de 2024 (figura 2).
No mesmo período de 2025, a média do faturamento FOB do farelo por tonelada foi de US$353,27, uma queda em relação à média de 2024, que fora de US$ 441,72 por tonelada.
Figura 2.
Evolução das exportações brasileiras de farelo de soja – faturamento free on board (FOB), em milhões de dólares (2024-2025).
Fonte: Comex / Elaboração: Scot Consultoria.
Em 2025, os principais importadores de farelo do Brasil foram países do Sudeste Asiático, com a Indonésia em primeiro lugar, importando 771,1 mil toneladas, seguida pela Tailândia, com 478,4 mil toneladas. Na sequência, destacam-se os países da União Europeia, tendo a França como a maior importadora dentro do bloco (figura 3).
Figura 3.
Maiores importadores de farelo de soja brasileiro em 2025 – volume em mil toneladas.
Fonte: Comex / Elaboração: Scot Consultoria.
No mercado interno, a pressão da oferta sobre os preços também tem sido evidente. A cotação, considerando a média de preços de todas as praças monitoradas pela Scot Consultoria, vem caindo desde a primeira quinzena de maio, tendo atingido, na primeira quinzena de julho, o menor patamar desde janeiro (figura 4).
Figura 4.
Preços médios do farelo de soja entre janeiro e julho de 2025, considerando a média das cotações em todas as praças monitoradas pela Scot Consultoria.
Fonte: Scot Consultoria.
Observação: os estados monitorados incluem São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Paraná.
São esperados preços pressionados no segundo semestre, com o farelo mantendo competitividade em relação a outras fontes de proteína bruta, como o DDG). Salvo alguma intempérie climática na safra dos Estados Unidos, o que não tem sido o indicado até então pelos prognósticos climáticos, as estimativas de produção devem se realizar.
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