O desafio é produzir alimentos para atender o consumo existente, debelar a fome e suprir a melhoria da qualidade da dieta que está por vir.
No Brasil, há 29,2 milhões de pessoas que declararam ser adeptas da dieta vegetariana, dos quais, 7 milhões são veganas (IBOPE - 2018).
Esse número, quase 30 milhões de pessoas vegetarianas, representam 13,8% da população.
Acatando essa informação, empresas do setor de carnes entraram e/ou estão estudando entrar no setor de “carne vegetal”.
Um exemplo, é o anúncio da parceria do Marfrig com a ADM (Archer Daniels Midland - empresa norte-americana especializada em proteína de origem vegetal) para a produção de carnes com proteínas de origem vegetal.
Com o anúncio, as ações do Marfrig subiram 6,5%, indicando que o mercado está apostando no crescimento deste segmento.
A Seara (pertencente ao JBS) lançou o “Incrível Burger Seara Gourmet”. O hambúrguer é feito de soja não transgênica, beterraba, alho e cebola.
Restaurantes fast food têm incluído nos cardápios opções de alimentos com “carne vegetal”. É o caso do Burger King e McDonalds, por exemplo.
Um estudo do banco UBS calcula que o mercado de carne à base de plantas faturou 4,6 bilhões de dólares em 2018 e poderá chegar a 85 bilhões de dólares em 2030 (um crescimento anual de 28% até 2030).
O consumo de carne bovina no Brasil é de 37,43 kg/habitante/ano (USDA/IBGE). Como os grandes centros, como as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, concentram boa parte da população, parcela significativa da produção de carne bovina é destinada para essas megalópoles.
O estado de São Paulo, com o maior número de habitantes do Brasil, concentra 21,9% do consumo de carne bovina (figura 1).
Figura 1.
Dez maiores estados consumidores de carne bovina no Brasil.
Fonte: IBGE / USDA – Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Tabela 1.
Consumo de carne bovina no Brasil por estado, em relação ao total disponível.
| São Paulo | 21,9% |
| Minas Gerais | 10,1% |
| Rio de Janeiro | 8,2% |
| Bahia | 7,1% |
| Paraná | 5,4% |
| Rio Grande do Sul | 5,4% |
| Pernambuco | 4,5% |
| Ceará | 4,3% |
| Pará | 4,1% |
| Santa Catarina | 3,4% |
| Maranhão | 3,4% |
| Goiás | 3,3% |
| Amazonas | 2,0% |
| Espírito Santo | 1,9% |
| Paraíba | 1,9% |
| Rio Grande do Norte | 1,7% |
| Mato Grosso | 1,7% |
| Alagoas | 1,6% |
| Piauí | 1,6% |
| Distrito Federal | 1,4% |
| Mato Grosso do Sul | 1,3% |
| Sergipe | 1,1% |
| Rondônia | 0,8% |
| Tocantins | 0,7% |
| Acre | 0,4% |
| Amapá | 0,4% |
| Roraima | 0,3% |
Fonte: IBGE / USDA - Compilado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
A “carne vegetal”, vem para somar e não para substituir a proteína animal. Isso aconteceu com o “leite de soja”, lembram-se?
Vale ressaltar que o consumo de carne bovina tem aumentado na China e, caso cada chinês acresça ao consumo 150 gramas de carne bovina por semana (o equivalente a um hambúrguer), a oferta para atender a essa demanda saltará de sete milhões de toneladas equivalente carcaça (tec), consumo vigente, para 20 milhões de toneladas (tec). Para comparar, a produção brasileira de carne bovina em 2018 foi de dez milhões de toneladas (tec) (IBGE).
E não é somente o mercado chinês em expansão o motor, a expectativa é de que a dieta melhore nas demais regiões do planeta, com o desenvolvimento econômico e com a melhoria da renda.
O desafio é produzir alimentos para atender o consumo existente, debelar a fome e suprir a melhoria da qualidade da dieta que está por vir.
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