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  • Segunda-feira, 18 de agosto de 2025
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Exportação de carne bovina da Argentina

Reconhecida pela qualidade da sua carne – marcada pelo marmoreio e pela maciez – a Argentina tem registrado, nos últimos cinco anos, um crescimento consistente na demanda pelo mercado internacional.


Fonte: Freepik

Fonte: Freepik

Reconhecida pela qualidade da sua carne – marcada pelo marmoreio e pela maciez – a Argentina tem registrado, nos últimos cinco anos, um crescimento consistente na demanda pelo mercado internacional (figura 1).

Figura 1.
Exportações de carne bovina da Argentina, em mil toneladas.

Fonte: Senasa /Elaboração: Scot Consultoria. *Até 11/8.

Até julho, o país exportou 88,1 mil toneladas – o maior volume para o mês em todo o período analisado (figura 2).

Figura 2.
Exportação de carne bovina da Argentina, em mil toneladas, nos meses de julho.

Fonte: Senasa /Elaboração: Scot Consultoria.

Em agosto, até o dia 11, o volume atingiu 27,9 toneladas. Considerando os sete dias úteis do mês, a média diária de embarques está acima da registrada nos últimos cinco anos (tabela 1).

Tabela 1.
Média diária de carne bovina argentina embarcada nos últimos cinco anos, em mil toneladas.

Ano Mil toneladas Dias úteis de agosto Média diária embarcada (mil/t)
2020 69,2 21 3,3
2021 60,8 23 2,6
2022 75,2 23 3,3
2023 75,1 23 3,3
2024 82,7 22 3,8
2025* 27,8 7 4,0


Fonte: Senasa /Elaboração: Scot Consultoria. *Até dia 11/8.

O principal destino da carne argentina é a China continental (sem considerar Hong Kong), que, na primeira metade deste ano, absorveu 57,8% da exportação. Em julho, a participação chinesa foi de 63,1%. 

Na sequência, figuram Israel, Rússia e Estados Unidos (tabela 2).

Tabela 2.
Dez compradores de carne bovina da Argentina, em toneladas.

País de destino Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Total %
China 36.415 31.300 29.183 39.885 44.172 46.279 55.579 282.814 57,8%
Israel 5.403 4.838 4.136 2.348 2.063 4.536 6.371 29.695 6,1%
Gana 2.117 2.169 2.473 2.281 2.272 2.329 2.724 16.365 3,3%
Estados Unidos 4.147 4.150 3.212 3.683 2.892 2.041 2.668 22.793 4,7%
Hong Kong - R.A.E. China 2.375 2.670 2.310 2.702 2.887 2.776 2.505 18.225 3,7%
Alemanha 1.938 2.128 1.802 2.038 2.619 1.746 2.485 14.755 3,0%
Holanda 1.149 1.758 1.296 1.601 2.988 1.550 2.170 12.512 2,6%
Rússia 3.551 2.830 1.781 2.704 2.532 2.694 1.739 17.831 3,6%
Chile 2.312 1.271 1.425 1.947 1.635 1.316 1.675 11.580 2,4%
Peru 1.494 775 680 1.273 942 954 1.179 7.299 1,5%

Fonte: Senasa /Elaboração: Scot Consultoria.

A recente imposição de tarifas sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos gerou expectativas no mercado argentino. 

A possível redução da presença da carne bovina brasileira – tradicionalmente mais competitiva em preço – poderia abrir espaço para negócios com preços mais elevados no mercado norte-americano.

Por enquanto, esse movimento não se concretizou. Até julho, as exportações brasileiras de carne bovina foram recorde, com 276,9 mil toneladas, das quais 4,6% destinadas aos Estados Unidos. No mesmo mês, a Argentina embarcou 88,1 mil toneladas, sendo 3% para o mercado norte-americano. 

Ainda que surja espaço adicional para a Argentina, na comparação entre julho de 2024 e julho de 2025, as importações dos Estados Unidos de carne argentina caíram 36,6%. 

No caso da China, a disputa comercial entre Brasil e EUA pode ter efeito inverso para os argentinos. Um aumento da presença brasileira, com preços competitivos, tende a reduzir a participação da carne argentina, especialmente em um destino que responde por mais da metade das exportações do país. 

Em julho, por exemplo, 57% da carne bovina brasileira exportada teve como destino o mercado chinês. Porém, os chineses aumentaram, também, o volume de carne bovina adquirida na Argentina.

Outro ponto relevante na comparação entre Brasil e Argentina é que, em 2025, a Argentina importou 1,9 mil toneladas de carne brasileira. Essa estratégia permite ao país manter no mercado interno a carne de menor preço e direcionar para o mercado externo a carne mais cara. Esse volume importado tende a crescer, considerando a demanda crescente da China.

Em suma, apesar do bom desempenho da exportação e da demanda chinesa, a Argentina enfrenta limitações de escala e competitividade de preços, fatores que podem restringir o avanço em mercados estratégicos frente ao Brasil.

Isabela Stevanatto

Técnica em agropecuária pelo colégio agrícola "José Bonifácio"/Unesp, Jaboticabal/SP. Zootecnista graduada pela FCAV/Unesp, Jaboticabal/SP. Atua na área de ciências agrárias, análise e consultoria de mercados agropecuários. Analista de mercado de carne, leite, grãos, reposição do rebanho, suplementos minerais e fertilizantes.

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