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Scot Consultoria

Pastagens de inverno - Parte 2


Segunda-feira, 5 de junho de 2023 - 06h00

Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação nas Faculdades REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda; Investidor nas atividades de pecuária de corte e de leite.



Na parte 1 deste tema, pastagens de inverno, editado na edição de abril, conclui o texto com a semeadura das forrageiras Aveia e Azevém. Em condições adequadas o primeiro pastejo é realizado até 45 dias após a semeadura, quando as forrageiras alcançam suas alturas alvos, no caso da Aveia, 25 cm (aproximadamente 80% da altura alvo de 30 cm recomendado para a pastagem já estabelecida) e 15 cm no caso do Azevém (mesmo parâmetro).

Estas forrageiras têm um potencial de acumular entre 6 e 10 toneladas de matéria seca por hectare em um período de 120 a 150 dias desde que o solo seja corrigido e as adubações aplicadas sejam em doses que possibilitem explorar estes potenciais. Considerando um potencial médio de 7 t de MS/ha, um período de 120 dias de pastejo, com uma eficiência de uso de 80% da forragem acumulada e um consumo de 2,67% do peso corporal dos animais, a capacidade de suporte média será de 3,89 UA/ha. Por outro lado, a qualidade da forragem destas forrageiras tem potencial de permitir ganhos entre 0,70 e mais de 1,0 kg/animal/dia. Esta amplitude de variação depende de vários fatores, tais como a oferta de forragem (kg de MS/100 kg do peso corporal ou % do peso corporal), o animal – seu grau de sangue, seu sexo, sua idade, seu peso corporal, o tipo de suplemento e o seu nível de suplementação.

Bem, sobre a produtividade por área (kg ou @/ha) vou deixar você calcular de acordo com o tipo de animal que pastejará aí na sua fazenda.

Pastagens de inverno em sistema de integração lavoura/pecuária (ILP)

A semeadura das pastagens de inverno é realizada após o cultivo de primavera/verão (outubro a março) ou simultaneamente ao plantio da cultura agrícola de segunda safra, em meados do verão a meados do outono (fevereiro a abril).

Na região subtropical do Brasil são semeadas as mesmas espécies que foram citadas neste artigo para o sistema “pastagens de inverno sobressemeadas sobre pastagens perenes tropicais e subtropicais”. Já na região tropical do país são semeadas espécies forrageiras tropicais de ciclo de vida perene, tais como as do gênero Brachiaria sp., e da espécie Panicum maximum, e as de ciclo anual, tais como o milheto e o sorgo de pastejo.

Se na área for cultivada apenas uma safra, ou seja, a safra de primavera/verão, é possível adotar um destes dois métodos de semeadura:

Semeadura com plantadora de plantio direto sobre a palhada da cultura agrícola, ou semeadura a lanço com distribuidor de adubo sobre a palhada seguida por um cultivo mínimo com gradagem leve. Se houver atraso no plantio e na colheita da cultura agrícola de primeira safra a janela para semeadura da forrageira de inverno ficará apertada. Nesta situação a semeadura da forrageira é feita por sobressemeadura aérea com aviões agrícolas ou com semeadoras próprias para semeadura de sementes de forrageiras acopladas sobre a barra do pulverizador ou a lanço com distribuidor de adubos no final do ciclo de produção da cultura agrícola.

Se a área for cultivada com safra e segunda safra (safrinha), por exemplo, com a “dobradinha” soja/milho, a semeadura da forrageira é realizada por ocasião do plantio da cultura de segunda safra. Aqui o pecuarista poderá adotar um dos seguintes métodos: semear as sementes da forrageira a lanço sobre a palhada da primeira cultura seguida por uma gradagem leve ou uma passagem de corrente para enterrar as sementes; semeadura simultânea das sementes da forrageira e da cultura agrícola, ou semeadura das sementes da forrageira por ocasião da adubação de cobertura da cultura agrícola.

Neste artigo eu já descrevi os potenciais de produção de forrageiras de inverno, tais como Aveia e Azevém. Já as forrageiras de clima tropical em sistema de ILP podem acumular entre 5,5 e 11 toneladas de matéria seca por hectare e essa massa de forragem poderá ser colhida em um período de 45 a 150 dias durante a estação da seca. Esta grande amplitude de período de uso dependerá se será feito apenas um cultivo agrícola ou se dois cultivos, e se a cultura de segunda safra, por exemplo, o milho, será colhido para silagem (de planta e de grão úmido) ou se para grãos secos. Considerando um potencial médio de 7,4 t de MS/ha de massa de forragem a capacidade de suporte média poderá variar entre 1,37 a até 5,5 UA/ha. Esta grande amplitude de variação dependerá da oferta de forragem que será adotada, o período possível de pastejo e qual a massa de forragem residual que será deixada para a formação da palhada para o plantio direto da safra seguinte.

Por outro lado, a qualidade da forragem destas forrageiras tem potencial de permitir ganhos entre 0,47 e 0,70 kg/animal/dia. Esta amplitude de variação depende dos mesmos fatores já citados neste artigo para as forrageiras de clima temperado.

Bem, sobre a produtividade por área (kg ou @/ha) aqui também vou deixar você calcular de acordo com o modelo de produção adotado por você aí na sua fazenda.


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