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Scot Consultoria

Estabelecendo a pastagem – Parte 1


Terça-feira, 13 de março de 2018 - 08h30

Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação na REHAGRO, na Faculdade de Gestão e Inovação (FGI) e nas Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor Associado da CONSUPEC - Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda.


Foto: Scot Consultoria

 


A abordagem neste artigo se dará com base nas diferentes etapas de um programa de implantação da pastagem e os procedimentos padrões de cada etapa.


Esclareço de inicio que nem todas as etapas aqui apresentadas farão parte de um programa em todas as situações de implantação da pastagem, mas são as possíveis. O importante é o técnico conhecê-las e ficar atento àquelas que serão realizadas em uma situação especifica para então avaliar se os procedimentos padrões de cada etapa serão seguidos e realizados.   


Para o desenvolvimento deste artigo foram tomadas como referências as condições climáticas do município de Uberaba, localizado no bioma Cerrado, no Triângulo Mineiro, Estado de Minas Gerais, na latitude S 19º 44´, na longitude W 47º 57´, a 780 metros de altitude em relação ao nível do mar, onde, historicamente, mais de 85% das chuvas são distribuídas entre os meses de outubro e março, com precipitação media anual de 1.589 mm e temperatura de 21,9º C (NORMAIS CLIMATOLÓGICAS ..., DNMET, 1992). Em sua região você deverá conhecer as normais climatológicas para então adequar o programa aqui orientado por mim às realidades daí. 


1a.) Escolha da área: etapa que deve ser feita no final de uma estação chuvosa (por exemplo, para Uberaba seria em março), para definir qual área será implantada na estação chuvosa seguinte (novembro/dezembro). É importante definir uma área cujo tamanho sua formação seja factível com a estrutura de máquinas, implementos, veículos e mão-de-obra, disponíveis na propriedade, além da “janela” de plantio imposta pelas condições climáticas da região.


2a.) Medida e mapeamento da área: se a área a ser implantada ainda não foi medida, esta deverá ser feita e elaborado um mapa, pois todas as etapas seguintes só poderão ser planejadas conhecendo-se o tamanho da área com exatidão. Por exemplo, as definições de quantas máquinas, implementos e veículos serão necessários; as horas trabalhadas por cada um nas diferentes operações, tais como conservação, correção e preparo do solo; semeadura, controle de plantas invasoras e de pragas; a necessidade de mão-de-obra (dias-homem); definir a “janela” de trabalho, estabelecendo os prazos para inicio e término da programação. Além deste tipo de programação, chamado aqui de “orçamento físico”, com base neste calcula-se o “orçamento econômico”, ou seja, os investimentos, os custos e as despesas. Esta etapa deve estar concluída até abril. 


3a.) Amostragem e análise de solo: mesmo que, por alguma razão (econômica, cultural, de logística, etc.), o produtor não fará a correção e a adubação do solo, o resultado de análise de solo dará suporte à decisão de escolha da espécie forrageira que se adaptará às condições daqueles solos em questão. Esta etapa deve estar concluída até abril.


4a.) Estudo das condições ambientais - clima, solo, pragas e doenças: para o estudo das condições climáticas o técnico tem como fonte de informação a publicação do INMET que apresenta valores das normais climatológicas referentes ao período de 1961 a 1990 de 209 estações meteorológicas (atualmente são 394) com médias históricas para 9 parâmetros (atualmente são 29) (NORMAIS CLIMATOLÓGICAS ..., DNMET, 1992).


Para o estudo dos solos, o técnico tem como fonte de informação o mapa de solos da EMBRAPA que traz 42 classes de solos e suas associações (EMBRAPA, 2015; CERRADO, 2002). Identificada a classe que predomina na região onde se encontra a propriedade basta ao técnico recorrer aos livros de solos e estudar as características daquela classe em questão. Depois amostrar o solo na área em questão para a análise laboratorial.


Para o estudo das pragas e doenças que aparecem na região o técnico deverá conversar com pessoas que vivem e trabalham na região, tais como os produtores, os técnicos, os pesquisadores, pessoal das revendas de produtos agropecuários etc, e depois recorrer à literatura especializada. Esta etapa deve estar concluída até maio.


5a.) Escolha da espécie forrageira: para maiores detalhes sobre esta orientação sugiro a leitura dos artigos publicados na “Coluna Santo Capim” nas duas últimas edições e do artigo “Critérios científicos e técnicos para a escolha da espécie forrageira” para o estabelecimento da pastagem. Esta etapa é realizada junto com a quarta etapa.


6a.) Planejamento do programa de implantação da pastagem: concluídas as cinco etapas anteriores, faz-se o planejamento das operações necessárias, seu início e final; das quantidades de insumos (corretivos, adubos, sementes, inseticidas, herbicidas); dos serviços (calagem, adubação, semeadura, aplicação de pesticidas ...), das máquinas, implementos e veículos necessários; faz-se as cotações, a compra, o transporte e o armazenamento de insumos. Esta etapa deve estar concluída até final de junho.


7a.) Execução do programa: uma vez concluída a sexta etapa, coloca-se o planejado em execução. A execução deve ter inicio até julho. Na próxima edição o programa de estabelecimento da pastagem será concluído com o passo a passo da etapa de execução.


 



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