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Scot Consultoria

Carta Leite - Próximos passos da entressafra


Quarta-feira, 30 de maio de 2012 - 16h33

Zootecnista, formado pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, Câmpus de Ilha Solteira-SP, mestre em Administração de Organizações Agroindustriais pela UNESP, Câmpus de Jaboticabal-SP. É analista e consultor de mercado da Scot Consultoria. Coordena as divisões de pecuária de leite, grãos e avaliação e perícia. Editor-chefe do Relatório do Mercado de Leite, publicação da Scot Consultoria. Atuação nas áreas de análises, estabelecimento de cenários, estratégias de mercado, realização de projeções de preços, oferta, demanda, análises setoriais e pesquisa de opinião e imagem. Ministra aulas, palestras, cursos e treinamentos nas áreas de mercado de leite, boi, grãos e assuntos relacionados à agropecuária em geral.


Considerando a média nacional, o preço do leite pago ao produtor está em alta desde o pagamento de março.


Isto é reflexo da menor quantidade de leite captada em nível nacional pois, devido ao período de seca os pastos fornecem menos nutrientes, reduzindo a produção de leite.


Questões climáticas adversas, como a seca prolongada em alguns estados, colaboraram para este quadro. Ao mesmo tempo a demanda por lácteos cresce ano a ano.


No pagamento de maio foi verificado o preço mais elevado até o momento. O produtor recebeu, em média, R$0,820 por litro.


Em relação ao pagamento anterior houve alta de 0,2%. Na comparação com o mesmo período do ano passado o produtor recebeu 2,6% mais. Veja a figura 1.



Entre os laticínios pesquisados, 49,0% acreditam em estabilidade para o próximo pagamento, a ser realizado em meados de junho, e 28,4% acreditam em queda do preço do leite ao produtor.


O atacado não está absorvendo a alta dos preços. Sendo assim os laticínios vão começar a baixar os preços mesmo com a captação caindo. No mercado spot o preço já caiu. 


Em maio espera-se uma queda de 4,3% na captação nacional ponderada. Os estados que terão quedas mais acentuadas estão no Sul e no Nordeste.


Atacado e varejo

Em São Paulo, o consumidor já sente no bolso os reflexos deste período de entressafra, a média do preço do leite longa vida (UHT) pago no varejo foi de R$2,26/litro em maio, 3,4% menos que há um ano.


Em relação a janeiro de 2012, os preços estão 2,5% maiores.


No atacado o leite UHT está 9,1% mais barato que em 2011. 


A margem do varejo em relação ao atacado aumentou nos últimos anos, a média do leite UHT em maio ficou em 30,6%. A média desde 2002 está em 18,2% (linha vermelha na figura 2).



Importações e exportações

Com a valorização do dólar, o produto importado fica menos interessante. 


O volume de lácteos importados neste primeiro quadrimestre foi significativo, principalmente de leite em pó.


A média de importação mensal deste produto em 2011 foi de 62,9 mil toneladas equivalentes litros de leite. 


Em 2012 a média está em 67,9 mil toneladas equivalentes litros de leite até o momento, ou 7,9% maior que a média do ano anterior. 


A valorização do dólar frente ao real também favorece as exportações que em abril totalizaram US$8,9 milhões, 13,7% mais que em março. Em comparação com janeiro deste ano, o Brasil está exportando 76,9% mais.


Devido à queda das importações e aumento das exportações, a balança comercial está menos negativa que nos meses anteriores. Tabela 1.



Há perspectivas para que nos próximos meses diminua o déficit na balança comercial de lácteos, o que é favorável para o mercado interno.


*Coloborou Juliana Pila, zootecnista e trainee da Scot Consultoria e Jéssica Guerra zootecnista e analista da Scot Consultoria.



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