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Scot Consultoria

E os bancos privados saem da zona de conforto


Quinta-feira, 26 de abril de 2012 - 17h12

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Aparentemente a estratégia do governo Federal está dando certo. Depois dos cortes dos juros do Banco do Brasil e Caixa Federal, os bancos privados começam a reduzir suas taxas.


A semana passada foi marcada por perdas de negócios por parte dos bancos privados e nesta semana a coisa mudou.


Negócios envolvendo financiamento de automóveis e até mesmo aportes de capital de giro para empresas estão com taxas mais competitivas.


Bom sinal, pois em um mercado tão oligopolizado como bancário, o receio era que as forças "ocultas" não permitissem quedas mais acentuadas nos juros domésticos.


Pela primeira vez tenho visto ações firmes na direção certa. A Caixa Federal, por exemplo, está sendo de uma agressividade que transcende a publicidade maciça. Reuniu na sede da regional Bauru, lideranças empresariais para dizer em alto e bom tom: queremos emprestar, os juros caíram mesmo, e viemos para fazer a diferença.


Tenho informações que o Banco do Brasil prepara sua ofensiva na mesma linha da Caixa.


É um movimento importante, cujo resultado prático, pode levar a retomada do crescimento econômico, compensando com o crédito a falta de apetite do consumidor via renda.


Tudo isso tem como pano de fundo a revisão para baixo do crescimento do país. O Fundo Monetário Internacional aponta que o Brasil deve ficar na rabeira dos países emergentes, crescendo este ano os pífios 3%. Isso se dá enquanto o governo brasileiro sinaliza com 4,5%. Mas do jeito que as coisas estão na ponta, na operação do mercado, o desempenho, se nada fosse feito, ficaria mais para os 3% do que para os 4,5%.


Com juros menores pode-se esperar um estímulo ao consumo no mercado interno. Aqueles que estavam adiando compras se sentem mais estimulados.


É evidente que a questão tributária também tem seu peso. Uma redução dos impostos também ajuda a potencializar o consumo.


Independentemente das ações de curto prazo, necessárias, é preciso uma solução de longa duração e isso vai além das políticas monetária e fiscal. É preciso mexer na estrutura do país.


Mas, como qualquer paciente que tem uma crise qualquer, não adianta falar em mudanças de hábito enquanto seu quadro não se estabilizar via medicação. E isso tem que ser feito. Claro que se as mudanças estruturais tivessem sido feitas no passado, hoje o cenário seria outro. Mas não adianta chorar o leite derramado.


Quanto aos bancos privados, a coisa é semelhante a historinha do tubarão que ficava rondando os peixes para que, nos viveiros, esses ficassem vivos, garantindo peixes sempre fresquinhos. Alguns podem até morrer, mas a qualidade dos que ficam é inquestionável.


No caso dos bancos ninguém morrerá, mas certamente foram obrigados a sair da zona de conforto. O mercado agradece.



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