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Scot Consultoria

O burocrata


Segunda-feira, 9 de agosto de 2010 - 16h21

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Estamos em plena era da internet. Inauguramos a chamada nova economia, mudando a visão da questão da escassez tão presente na “velha economia”. Falamos de velocidade nas decisões, no fim da intermediação tradicional. Os documentos são digitalizados. Os arquivos são armazenados em sistemas como o dropbox. É a era da mídia digital. Das apresentações multimídia. São redes de relacionamento. É o MSN, Facebook, Twitter, smartphones, TVS de LED, 3D e tantas outras formas de se manter conectado. É a convergência de mídias. Era da informação transformada na era do conhecimento. É o instantâneo, o global! Temos até uma sensação de impotência diante de tanta informação e evolução tecnológica. Na outra ponta nos deparamos com o persistente burocrata. Alguém criou a máquina de copiar e o burocrata inventou a requisição para tirar cópias. O burocrata é capaz de enviar e-mail e ligar em seguida para confirmar se realmente o destinatário recebeu a mensagem. O burocrata cria o título de eleitor sem fotos e depois exige que a população apresente um documento com foto para confirmar que se trata mesmo do eleitor. Tem fraudes, alega. Pensar em unificar documentos, jamais! O burocrata é incapaz de criar um sistema que elimine filas. Mas ele inventou as senhas, argumentam alguns. É verdade, mas ele distribui as senhas e em determinado momento manda avisar que o horário de atendimento acabou, portanto, volte outro dia. Muitos serviços públicos são assim. Criaram os planos de saúde, as carteirinhas que identificam o usuário. O burocrata criou a autorização de exames. Dá-lhe fila! O setor de emergência hospitalar é fundamental. Atendimento para quem está correndo riscos. O burocrata inventou que em determinados casos somente começa o atendimento depois de preencher toda a papelada. Inversão de prioridade. Todos os documentos têm validade, desde que, evidentemente com autenticação em cartório, determina o burocrata. Esse burocrata. Não enxerga além de seus olhos. É incapaz de desconcentrar datas para quitação de dívidas. Todos devem comparecer no dia indicado. Todos juntos. Haja sistema e gente para suportar tanta gente junta! Confunde eficiência com eficácia. Alimenta-se dos carimbos, da papelada, da intermediação exagerada, enfim, daquilo que todos nós abominamos. Enquanto formos dominados por este burocrata o indicativo é que pouca coisa mudará. Na era do conhecimento e da velocidade se faz necessária uma mudança de postura facilitando a vida das pessoas. Em última instância o que queremos é manter e ampliar a qualidade de vida. O burocrata caminha no sentido contrário, lamentavelmente.
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