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Scot Consultoria

Curva de juros espera pela quinta-feira


Quarta-feira, 8 de setembro de 2010 - 09h24

O mercado local volta à normalidade, hoje, após o feriado de segunda-feira, em Nova York, e de terça-feira, no mercado local, mas os eventos que podem fazer alguma diferença na curva de juros futuros só acontecem, mesmo, na quinta-feira. Dia que reserva o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Pela ordem, o IPCA de agosto ainda deverá mostrar um comportamento benigno. De acordo com a estimativa da Máxima Asset, a inflação oficial deverá ficar em 0,10%, avançando do 0,01% de julho (ver gráfico abaixo). Conforme notou o economista-chefe da Máxima, Elson Teles, tal variação já está praticamente no preço e o que o mercado acompanha com mais atenção são as coletas referentes ao mês de setembro, que sugerem elevação mais firme da inflação. No atacado, diz o especialista, já são visíveis altas mais fortes em preços de grãos, como soja e milho e, também, nas carnes. Essa inflação mais acentuada, ao redor de 0,40% agora em setembro, pode servir de munição aos críticos da política do Banco Central (BC) que optou pelo fim do ciclo de aperto monetário no início deste mês. Mas, conforme lembrou Teles, a própria autoridade monetária já reforçou que está ciente dessa degradação nos índices inflacionários. No comunicado da decisão da semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) notou que "não espera que o nível de inflação registrado nos últimos meses se mantenha em um futuro próximo". E essa visão do colegiado do Banco Central deve ser reforçada na ata da reunião, que também será divulgada amanhã. No documento, a autoridade monetária deve mostrar que viu uma melhora no balanço de riscos a ponto de justificar o encerramento do ciclo de aperto monetário, que levou a Selic de 8,75% em abril aos atuais 10,75%. Foram feitos dois ajustes de 0,75 ponto percentual e um de meio ponto percentual. Essa melhora no balanço de riscos deve ter vertentes domésticas, como expectativas de inflação relativamente estáveis, menor ritmo de crescimento da indústria e do varejo e mercado de trabalho estabilizado, mesmo que em um patamar elevado. O componente externo também deve ser destacado, já que a economia mundial segue se arrastando. Além disso, a ata deve fazer nova menção aos efeitos defasados de política monetária, ou seja, o lado real da economia ainda não absorveu por completo o ciclo de aperto. Na segunda-feira, o dólar comercial voltou a perder valor e fechou na segunda menor cotação do ano. A moeda americana cedeu 0,23%, para R$ 1,727 (ver gráfico abaixo). Preço menor que esse só foi observado em 4 de janeiro, primeiro pregão de 2010, quando a divisa fechou a R$ 1,720. Mesmo sem estimativa firme de quantos dólares a oferta da Petrobras pode trazer ao país, o discurso nas mesas é um só: dólar para baixo, mirando, agora, a linha de R$ 1,70. Reforçando essa crença, as posições vendidas (aquelas que ganham com a queda do dólar) seguem aumentando no mercado futuro. Pelos últimos dados disponíveis, a posição vendida dos não residentes chegava a US$ 10,95 bilhões, sendo US$ 5,70 bilhões em contratos de dólar futuro e US$ 5,25 bilhões em cupom cambial. No lado oposto, os bancos estão comprados em US$ 8,27 bilhões em dólar futuro e cupom cambial. Operadores já enxergam dólar a R$ 1,70. Fonte: Jornal Valor Econômico. Finanças. Por Eduardo Campos, 8 de setembro de 2010.
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