Cai o efeito elasticidade-renda para a carne bovina

De acordo com informações do CEPEA – ESALQ/USP, publicadas na última edição da revista DBO Rural, a elasticidade-renda da carne bovina no Brasil caiu pela metade entre os anos 80 e início de 2000. Elasticidade-renda nada mais é que a capacidade de aumento de demanda por um produto à medida que melhora a renda do consumidor. Na década de 80, cada real ganho por um trabalhador brasileiro se transformava em R$1,16 gasto com carne. Na década de 90 a relação subiu para R$1,97 por R$1,00. Porém, em 2005, despencou para R$0,50 para cada R$1,00 ganho. De acordo com o CEPEA, o crescimento do número de pessoas que fazem refeição fora de casa, que no final acaba quase sempre contendo carne, é um dos principais responsáveis por tal comportamento sobre o efeito elasticidade-renda. Na prática, significa que a dificuldade, em torno dos trabalhos para aumento do consumo de carne bovina no Brasil, aumentou. Portanto, diante desse cenário, as exportações ganham cada vez mais importância. O mercado externo é promissor. Estimativas da FAO (Órgão das Nações Unidas para questões ligadas à Agricultura e Alimentação) dão conta de que, nos próximos 40 ou 50 anos, o consumo anual de quilos de carne por habitante, em nível mundial, deve dobrar. Vale lembrar que o Brasil, apesar de ser o maior exportador de carne bovina do planeta, ainda não tem acesso a quase 60% do mercado mundial (em termos de faturamento), principalmente em função da não erradicação da febre aftosa. Portanto, é para fora do país que as vendas de carne bovina encontram ambiente mais favorável ao crescimento. Nesse sentido, a carne brasileira apresenta competividade extremante elevada em termos de preços. Os trabalhos relacionados à sanidade, qualidade, promoção e marketing, apesar de terem se intensificado ao longo dos últimos anos, ainda precisam avançar mais. (FTR)
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