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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista Moacyr Corsi


Terça-feira, 6 de março de 2012 - 09h49

Nos dias 14 e 15 de março de 2012 acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP. Mais informações em http://www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/ Um dos palestrantes será o engenheiro agrônomo Moacyr Corsi, doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP. É professor titular da ESALQ/USP, com ênfase em fisiologia de plantas forrageiras e produção animal em pastagens, atuando principalmente em pastagens intensivas, manejo, adubação, conservação, bovinocultura de leite e corte. Sua palestra abordará conservação, reforma e degradação de pastagens. Para saber um pouco sobre o que será abordado na apresentação do Professor Moacyr, leia a entrevista que ele concedeu à Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria. Entrevista Professor Moacyr Corsi Scot Consultoria: Quais os regiões produtoras mais críticas em relação à degradação de pastagem? Professor Moacyr Corsi: A degradação pode estar presente onde se explora a produção animal em pastagens, de forma mais visível no Brasil Central. Isso ocorre por não se observar técnicas de manejo do pastejo, da conservação e da fertilidade do solo, do manejo de recursos naturais como água, condicionadores de pastejo, divisão planejada dos pastos, etc. A exploração técnica de pastagens pode ser aliada à conservação de recursos naturais e, consequentemente, para a sustentabilidade de sistemas de produção. A integração da agricultura/pecuária atesta esse fato. Se a pastagem for conduzida corretamente, ela não se degrada. A gramínea forrageira é planta perene e, portanto, se renova a cada colheita ou pastejo. Na ESALQ em Piracicaba-SP, temos pastagens formadas em 1962 sem nunca terem sido reformadas ou terem recebido outro tratamento exceto manejo do pastejo e da fertilidade do solo, mantendo taxas de lotação animal muito elevadas. Nessas situações, as pastagens podem se tornar ferramentas de conservação de solo e de sequestro de carbono, como pode ser verificado através do incremento na matéria orgânica do solo observado nas análises de solo da data de formação da pastagem e de análises atuais. Scot Consultoria: Os pecuaristas estão se conscientizando de que o produtor de gado deve ser também produtor de capim? Professor Moacyr Corsi: Essa conscientização é a sobrevivência do pecuarista. Há alguns anos, em palestras, era necessário convencer o produtor a adubar pastos. Hoje muitos perguntam como deve proceder para fazer adubações em pastagens, denotando quebra de paradigmas quanto à adubação de pastagens. A exploração de pastagens é muito mais complexa que a produção em agricultura. O sistema de produção animal em pastagens depende da produção da forragem, do consumo dessa forragem pelo animal, que corresponderia à colheita na agricultura. Nas pastagens, para comercialização da forragem é preciso converter a forragem em carne, leite ou bezerros. Desse modo pode-se concluir que a produção animal sustentável em pastagens é mais difícil que a produção agrícola. Scot Consultoria: A integração lavoura-pecuária-floresta é uma prática crescente? Professor Moacyr Corsi: A integração será sempre adequada para garantir maior segurança econômica ao produtor. Acredito que essa prática de uso do solo será cada vez mais difundida entre nossos produtores. Entretanto devemos analisar melhor essas alternativas de produção. Para resultados mais significativos da integração devemos empregar na pecuária os mesmos conceitos de produtividade que usamos na lavoura ou na floresta. Não observo essa preocupação com a pecuária que, apesar de estar sendo integrada aos sistemas de produção tecnificados de lavoura ou floresta, continua com características de atividade extrativista. Analisando os sistemas de integração envolvendo a pecuária, é fácil observar que a pecuária, frequentemente, é usada para absorver resíduo de adubação da lavoura. Não é usual dar continuidade na correção da fertilidade do solo para explorar a pecuária após a lavoura. Esperam-se alguns anos de uso, com produtividade decrescente da pastagem para dar lugar à rotação de culturas. Se fossem empregadas técnicas de intensificação de produtividade na pecuária essa atividade seria tão econômica quanto à lavoura ou floresta e, dessa forma, poderia garantir melhores respostas econômicas na integração. Scot Consultoria: Como a degradação de pastagens pode influenciar no confinamento? Professor Moacyr Corsi: Com o confinamento, o ciclo de produção de bovinos torna-se mais curto. Há 10 anos, os animais eram abatidos com cerca de 4 anos e, atualmente, com técnicas de pastagens exploradas intensivamente associadas à suplementação e confinamento, esse ciclo está por volta de 24 a 30 meses, caminhando para redução destas idades. Se não cuidarmos da cria/recria em pastagens mais produtivas, não seremos capazes de atender à demanda crescente de animais para ciclos mais rápidos. Sem elevarmos a produtividade animal em pastagens, a pecuária continuará sendo atividade de reserva de solo para a expansão de outras atividades agrícolas. Por outro lado, intensificando-se a pecuária através do aumento da taxa de lotação animal em pastagens, atualmente ao redor de 0,8 UA/ha, para cerca de 5 a 6 UA/ha, será imprescindível a participação do confinamento no sistema de produção sustentável de exploração intensiva de pastagens.
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