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Scot Consultoria

O Cerrado brasileiro


Terça-feira, 27 de setembro de 2011 - 15h36

Existem muitos desafios no que diz respeito ao potencial agricultável de terras ainda inexploradas ao redor do mundo. O cerrado brasileiro é um exemplo ótimo. O cerrado é uma área vasta e com uma vegetação particular, única no mundo. Sua área é de aproximadamente 205 milhões de hectares. Aproximadamente 112 milhões de hectares do cerrado são considerados potencialmente aráveis. A área remanescente tem potencial para pastagens animais. Os solos destas áreas são formados de vários tipos de latossolo, com boas propriedades físicas, mas com alta perda de nutrientes. São fortemente ácidos, com níveis tóxicos de alumínio e a maioria do fosfato está indisponível no solo. A vegetação natural do cerrado, de baixa digestibilidade e qualidade nutritiva, foi utilizada para a produção extensiva de gado. A capacidade de lotação deste tipo de pasto, devido á qualidade, era baixa. Hoje em dia, o potencial agricultável do cerrado é um gigante ainda adormecido. Se os preços das safras de grãos continuarem em alta, pode-se esperar uma rápida difusão da tecnologia de cerrado desenvolvida por pesquisadores brasileiros e produtores progressistas. Ainda existe um problema sério de infraestrutura, especialmente transporte, para deslocar a produção para a comercialização e exportação, mas isso será certamente resolvido com o tempo, quando a demanda pelos produtos do cerrado aumentar. É minha crença pessoal que a abertura econômica e produtiva do cerrado pode ser um exemplo para a produção mundial de alimentos nas próximas três décadas, se continuar investindo em pesquisas para solos não-agricultáveis e aplicando políticas econômicas para estimular a produção já existente nos solos agricultáveis não ácidos em outras partes do mundo. Eventualmente, tecnologia similar a que vem sendo usada no Brasil será adotada em áreas da Colômbia, Venezuela e países subsaarianos da África que sofrem com os mesmos problemas no solo. *Norman Borlaug na Palestra de abertura do IV Simpósio Internacional de Interação Solo-Planta em Belo Horizonte, 1996.
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