Vamos analisar alguns números.
Consideremos apenas as microrregiões de Paragominas e Altamira, uma próxima ao porto de Santarém e outra próxima à Belém.
Juntas, estas duas microrregiões paraenses possuem 15 municípios, com um rebanho de 3,28 milhões de animais, sendo 1,45 milhões na primeira e 1,83 milhões na segunda (PPM – Pesquisa Pecuária Municipal, IBGE 2008).
Considerando o desfrute médio paraense, apenas estas duas regiões já disponibilizam 620 mil animais para abate, aqui ou no exterior.
E não é que esse número já ultrapassa o exportado em 2009?
Apenas duas microrregiões paraenses supriram toda a demanda de exportação de animais para abate do país inteiro.
Supondo que por cada bovino destinado à exportação o pecuarista receba um ágio de R$2,00/@, em relação ao valor pago por um frigorífico local. Para cada boi de 16,5@ (média de peso do gado paraense exportado em 2009 foi de 497kg por cabeça) temos um ganho de R$33,00, por animal.
Essa receita “extra”, proveniente desta opção de venda, pode ser usada para a implantação de tecnologia na propriedade, por exemplo, tecnologias reprodutivas, como a IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo).
Seja este ou outro o destino do investimento em tecnologia feito pelo pecuarista, tende a ocorrer aumento de produtividade.
Com mais tecnologia, vamos estimar que haja incremento no desfrute da região. Não vamos considerar incrementos expressivos, vamos analisar de maneira conservadora e considerar apenas que o desfrute desta região alcance a média nacional (20,7%), que não é nenhum exagero.
Só dessa evolução de desfrute, teríamos mais 60,5 mil cabeças terminadas anualmente. Lembrando que esta projeção está sendo feita com base apenas no rebanho das regiões de Paragominas e Altamira (20,25% do rebanho do estado).
Se extrapolarmos o incremento de produtividade para todo o estado do Pará, o que não é absurdo, pois a competição pelo boi está valorizando o rebanho paraense, temos um aumento de 300 mil animais/ano (58% da exportação nacional de gado em pé em 2009).
Mais da metade do exportado em 2009 – apenas com incremento de produção causado pela melhora no desfrute.
Existe impacto na pecuária regional. Impacto positivo.
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