Efeito do confinamento e do boi a termo em GO

Em janeiro deste ano, o preço médio do boi gordo em Barretos – SP ficou em R$74,59/@, a prazo, para descontar o funrural. Já na região de Goiânia – GO, os negócios correram em R$72,00/@, nas mesmas condições no mesmo período. A defasagem de Goiás para São Paulo, portanto, estava em R$2,59/@ ou 3,5%, aproximadamente. Hoje, o boi em São Paulo vale algo em torno de R$92,00/@. Na região de Goiânia, porém, os negócios são fechados a R$83,00/@. A defasagem saltou para quase 10%, ou R$9,00/@. Nas últimas duas semanas, a cotação do boi gordo em São Paulo recuou 2%. Em Goiânia a queda foi de 3%. Isso tudo porque Goiás é a capital nacional do confinamento. Entre 40% e 45% de todo o gado confinado do Brasil encontra-se no Estado. Isso deve representar, hoje, algo em torno de 1,2 milhão de cabeças, o equivalente a 31% do abate total anual do Estado, considerando também a porção informal. É muito gado, que acaba sendo disponibilizado, em sua maior parte, para os grandes frigoríficos. Aliás, uma parcela significativa é ainda negociada antecipadamente, através de contratos a termo, o que dá previsibilidade de escala para as grandes indústrias, facilitando o recuo dos preços. Goiás está realmente “fora do contexto” da pecuária nacional, graças ao aumento significativo da oferta de gado de cocho. As estratégias de venda na entressafra têm que ser muito bem planejadas. (FTR)
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