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Scot Consultoria

Renda no campo melhora


Quarta-feira, 14 de março de 2007 - 10h18

Após três anos de consecutivo mau desempenho, a renda do campo voltou a reagir. Em 2007, a recuperação das lavouras de grãos do País deve resultar em acréscimo de R$8,2 bilhões em receita ao setor. A remuneração total deve somar R$107,5 bilhões no período. Por trás do bom desempenho do segmento de grãos estão a forte recuperação das culturas de algodão, milho, soja e cana-de-açúcar. Preços e demanda internacionais em alta, além de custos de produção em queda livre, significam mais dinheiro no bolso dos produtores brasileiros. "O resultado é significativo porque representa a primeira variação positiva desde 2003", diz o economista José Garcia Gasques, coordenador da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura. O levantamento inédito feito em conjunto pela Comissão Especial de Planejamento, Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias do IBGE e o ministério aponta que a renda do segmento despencou de R$123,2 bilhões, em 2002, até chegar a R$99,3 bilhões no ano passado, segundo valores deflacionados pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em franco crescimento desde o início da série histórica, em 1998, a renda das lavouras de cana deu um salto de 9,95% com o "efeito etanol" nos EUA. Os produtores embolsarão R$2 bilhões a mais neste ano, avaliam os especialistas. Pela primeira vez, a receita do segmento ultrapassará R$20 bilhões. Na avaliação regional feita pelo grupo, percebe-se a forte alta na remuneração das lavouras de São Paulo, que saltam de R$10,4 bilhões para R$12,1 bilhões. No Paraná, a renda deve sair de R$1,2 bilhão para R$1,6 bilhão. Goiás, Mato Grosso, Sergipe e Pernambuco também reagiram aos bons ventos. Na mesma toada positiva, estão os produtores de milho. A renda crescerá R$3,2 bilhões, chegando a R$14,4 bilhões - a segunda melhor desde 1998. O avanço chegará a 22%. "Aqui, fica claro o efeito externo sobre a melhora na renda dos produtores", afirma Gasques, em referência à elevação na demanda de milho nos EUA para produção de etanol. Maior produtor, o Paraná verá a renda passar de R$2,4 bilhões para R$3,2 bilhões. No vice-líder Mato Grosso, a receita sairá de R$1 bilhão para R$1,3 bilhão. Em Minas, a renda crescerá 33%, para R$2 bilhões. Em Goiás, serão 21%, para R$1,2 bilhão. Castigados pela turbulência no mercado internacional de commoditites, os produtores de soja recuperarão neste ano R$2,8 bilhões perdidos desde o início da crise de renda do segmento, no fim de 2004. No total, a produção renderá R$25,2 bilhões em 2007. A recuperação, de 11,2%, ainda é tímida. Mas sinaliza para a volta ao auge dos preços verificado entre 2003 e 2004. "Ainda assim, a receita ficará acima da média anterior ao boom dos últimos anos", pondera Gasques. No Paraná, a renda gerada pela oleaginosa passará de R$4 bilhões para R$5,6 bilhões. No Rio Grande do Sul, crescerá 11% sobre 2006, para R$3,6 bilhões - e 65% superior a 2005, quando houve a maior quebra da safra da história no Estado. Em Mato Grosso, a receita ainda não será suficiente para reverter os fortes prejuízos registrados desde 2005. Neste ano, serão gerados R$5,5 bilhões ante R$6 bilhões de 2006 - em 2005, haviam sido R$8,6 bilhões. Mesmo com custos de produção superiores aos de seus concorrentes no exterior, os produtores de algodão conseguirão recomposição de 21% sobre 2006. A renda ainda ficará bem abaixo de 2004, mas chegará a R$3,5 bilhões neste ano. Fonte: Valor Econômico. Por Mauro Zanatta. 14 de março de 2007.
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