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Scot Consultoria

Renda e consumo de carne bovina


Sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007 - 09h59

A elasticidade-renda da demanda por carne bovina no Brasil é alta, apesar de estar em queda. De acordo com o Cepea (Esalq/USP) ela era de 1,16 em 1987, mas caiu para 0,50 em 2004. Isso significa que há 20 anos, para cada R$1,00 a mais de renda, o consumidor adquiria 1,16 kg a mais de carne bovina. Em 2004, com R$1,00 a mais o brasileiro passou a comprar um adicional de meio quilo do alimento. Além do aumento dos preços dos produtos, hoje o orçamento familiar tem que dar conta de uma gama maior de despesas. Há alguns anos, por exemplo, não existiam celular e TV por assinatura. Isso explica a queda da elasticidade-renda da demanda por carne. Um estudo da MB Associados, de 2005, aponta que ela ainda chega a 1 para famílias que ganham até 5 salários mínimos, e fica em 0,5 para as que ganham mais. Em síntese, a elasticidade-renda da demanda por carne bovina é maior para famílias que ganham pouco. O importante é que, independentemente do patamar em que se encontre, e da variação da renda familiar, a elasticidade-renda da demanda por carne bovina continua alta. Sendo assim, foi com satisfação que os agentes da cadeia produtiva abriram os jornais e se depararam, hoje, com a manchete de que a renda, nas principais metrópoles do País, cresceu 4,7% em janeiro. A renda média do trabalhador brasileiro, de acordo com o IBGE, chegou a R$1.006,10 em janeiro deste ano. Em dezembro já havia tido uma alta de 4,5%. Desde julho de 2005 o rendimento aumenta sem interrupção. Pena que ele ainda não alcançou os patamares da crise pré-eleitoral de 2002. Naquele ano, a renda ficou em R$1.127,53. Em 2003, caiu 12,2%, e até agora não se recompôs. Em síntese, é preciso que a renda avance ainda muito mais para que se tenha uma resposta consistente em termos de consumo de carne bovina. De toda forma, o fato dela estar em recuperação tem, ao menos, ajudado a manter o consumo nos patamares históricos, entre 36 e 38 kg per capita. (FTR)
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