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  • Quinta-feira, 3 de julho de 2025
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Scot Consultoria

Frigoríficos reduzem abate diante de menor demanda por carne

Os frigoríficos brasileiros estão reduzindo abate enquanto lutam para repassar os custos crescentes aos consumidores que vêm comendo menos carne em meio à queda da renda no país.


Foto: yahoo! Finanças

Foto: yahoo! Finanças

 

(Bloomberg) Os frigoríficos brasileiros estão reduzindo abate enquanto lutam para repassar os custos crescentes aos consumidores que vêm comendo menos carne em meio à queda da renda no país.

Cerca de 45% da capacidade dos frigoríficos do país está ociosa, o maior patamar desde 2012 quando os dados começaram a ser apurados, disse Rodrigo Queiroz, analista da Scot Consultoria responsável pela coleta dados de produção em 13 estados.

Os produtores estão sendo pressionados à medida que as crescentes exportações de carne para a China aumentam os preços do gado. Os frigoríficos não podem repassar totalmente os custos mais altos para os consumidores que lutam com o desemprego quase recorde. Dados da agência agrícola Conab mostram que o consumo per capita de carne bovina em um país conhecido por seus bifes caiu 5%, para 29,3 quilos em 2020, seu nível mais baixo desde 1996.

Embora a forte demanda por carne chinesa e a desvalorização da moeda brasileira tenham amortecido o impacto para as empresas autorizadas a exportar, cerca de três quartos do gado abatido no Brasil ainda são vendidos no mercado interno, segundo a Scot. Embarques de carne do Brasil para a China subiram 33% em março em relação ao ano anterior, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

O preço que os frigoríficos pagam pelo gado subiu 57% no ano passado, para mais de R$ 316 (US$ 56), de acordo com o Cepea, braço de pesquisa da Universidade de São Paulo. A oferta está apertada porque os fazendeiros retêm as vacas dos matadouros, mantendo-as para reprodução depois que os preços dos bezerros atingiram um recorde.

No início do mês, o frigorífico Frigol anunciou que fechará uma unidade no estado de Goiás e continuará operando apenas nas unidades que podem exportar. Algumas outras empresas deram férias coletivas aos funcionários para reduzir a produção e aliviar parte dos custos operacionais crescentes. “A maior parte das férias coletivas foi concedida por pequenos e médios frigoríficos e alguns estabelecimentos não exportadores de grandes empresas”, disse Queiroz.

A demanda de exportação está pressionando ainda mais o mercado interno, disse o analista da Scot Felipe Fabbri. No mês passado, as partes mais baratas da carne bovina foram vendidas no mercado atacadista a preços 12% mais altos do que no mês anterior devido aos altos preços do gado, de acordo com a Scot.

“Estamos vendo os brasileiros reduzindo o consumo de carne à medida que a taxa de desemprego atinge um recorde e o auxílio emergencial para pessoas de baixa renda foi interrompido no final do ano passado”, disse Fabbri. O Brasil retomou em abril um novo pagamento do auxílio com valor equivalente a menos da metade do ano passado.

Matéria originalmente publicada em:
Frigoríficos reduzem abate diante de menor demanda por carne

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