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Scot Consultoria

Preços sobem em janeiro, mas tendência é de baixa


Terça-feira, 3 de março de 2015 - 15h58

Mercado poderá seguir o movimento de queda do boi gordo



O mercado de reposição abriu 2015 em alta, ainda embalado pelo forte movimento de valorização registrado no ano passado, sobretudo a partir do segundo semestre do ano, quando as cotações atingiram níveis recordes - em dezembro, o preço real (deflacionado) do bezerro desmamado, por exemplo, superou a casa dos R$ 1.200 no Mato Grosso do Sul, segundo dados do Cepea/Esalq (veja artigo do colunista Sergio de Zen na página 18). Porém, diante do recente movimento de contenção nos preços do boi gordo, analistas acreditam que os preços dos animais de reposição também tendem a perder força nas próximas semanas.


Além disso, a falta de chuva na maioria das regiões de pecuária do País afetou a qualidade das pastagens em algumas áreas, reduzindo a procura por animais de reposição. Um boletim divulgado no fim de janeiro pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) alerta para o problema de estiagem em todas as regiões do Mato Grosso, Estado que tem o maior rebanho do País, de 28,7 milhões de cabeças, de acordo com dados do IBGE. Segundo a pesquisa do Imea, a maioria dos produtores relatou que a precipitação foi "irregular e abaixo do esperado" em janeiro. Os dados do serviço de meteorologia Somar confirmam os relatos dos pecuaristas matogrossenses: no primeiro mês do ano, o volume acumulado de chuvas no Estado foi 10% inferior ao registrado em igual período do ano passado.


Segundo a engenheira agrônoma Maísa Modolo, analista da Scot Consultoria, de Bebedouro/SP, mesmo com a perspectiva de um cenário baixista, não são esperadas quedas expressivas no mercado de reposição, pelo menos para o curto prazo. "Os preços tendem a continuar oscilando em patamares bastante elevados, bem acima dos registrados em igual período do ano passado", avalia. Para ela, o quadro de escassez de oferta de animais, principal responsável pelas altas no ano passado, continuará sendo o principal pilar de sustentação dos preços.


Tendo como base a praça de São Paulo, as cotações atuais do bezerro, garrote e boi magro apresentam aumento de 39%, 34% e 29%, respectivamente, em relação aos valores verificados no mesmo período de 2014, informa a analista.


Por região


Levantamento da Scot Consultoria em 14 praças pecuárias do País mostra que a variação média de todas as categorias de reposição analisadas - quatro tipos de machos e outras quatro de fêmeas Nelore - subiu 1,9% em janeiro, na comparação com dezembro. As maiores altas foram registradas nas praças de São Paulo e de Goiás. O bezerro desmamado (seis arrobas) fechou janeiro cotado em R$ 1.170, em média, na praça paulista, com valorização de 3% sobre dezembro. O garrote anelorado (9,5 @) foi a R$ 1.510, em média, com alta de 2% em relação ao mês anterior. O boi magro (12 @) subiu 1,4% em janeiro, para R$ 1.755, o mesmo percentual de acréscimo da novilha (8,5 @), que fechou o período em R$ 1.115 em São Paulo, segundo dados da Scot.


Na praça de Goiás, o bezerro de 6@ teve alta mensal de 5% em janeiro, atingindo R$ 1.192,50, em média. O garrote fechou cotado em R$ 1.525, com aumento de 3,7%, e o boi magro foi a R$ 1.737,50, acréscimo de 2,5%. A novilha também teve elevação expressiva em Goiás: de 4%, para R$ 1.157,50. Nos outros dois Estados do Centro-Oeste, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a valorização dos animais de reposição oscilou em torno de 2%, de acordo com levantamento da consultoria de São Paulo.


No Norte do País, na praça do Tocantins, o preço médio dos animais de reposição ficou praticamente estável em janeiro na comparação com dezembro. O bezerro desmamado fechou em R$ 1.070; o garrote, em R$ 1.385; o boi magro, em R$ 1.567,50; e a novilha, em R$ 1.000.


Expectativa


Segundo a analista Maisa Modolo, da Scot, no curto prazo, as atenções estarão voltadas para o clima. O registro de um volume maior de chuvas nas regiões produtoras, combinado com a pressão baixista puxada pelo mercado de boi gordo, poderá incentivar a demanda por animais de reposição nas próximas semanas.


Fonte: Revista DBO - edição 412, fevereiro de 2015. Por Denis Cardoso - denis@revistadbo.com.br



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