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Scot Consultoria

Quatro meses após compra, Laep vende Poços de Caldas

Quatro meses após compra, Laep vende Poços de Caldas


Pouco mais de quatro meses depois de ter adquirido da francesa Danone, por R$50,00 milhões, os ativos relacionados à marca Poços de Caldas e a licença da marca Paulista por 15 anos, a Parmalat Brasil, controlada pela Laep Investments, vendeu os ativos para o Laticínios Morrinhos, controlado pelo GP Investimentos, pelo mesmo valor. A decisão surpreende pelo curto espaço de tempo que a Laep manteve os ativos e também é um indicativo da gravidade da situação da empresa atualmente, uma vez que a companhia se desfez de um negócio tido como estratégico para seu crescimento. A Laep e a GP Investimentos não se pronunciaram sobre a transação. O Valor apurou que a venda desses ativos faz parte do programa de racionalização lançado pela Laep, mês passado, depois de ver suas ações despencarem na Bovespa e de reportar prejuízo. Para tentar contornar a escassez de crédito após a queda das ações, a empresa anunciou medidas de racionalização, como fechamento de unidades e redução de turnos na Parmalat. As operações da fábrica de Ouro Preto d`Oeste, em Rondônia, foram suspensas, e fontes do setor de lácteos informaram que a captação de leite foi reduzida em mais de 50%. Em abril passado, quando anunciou a aquisição da marca Poços de Caldas e todos os ativos relacionados a ela e a licença, por 15 anos, da marca Paulista, o presidente da Laep, Marcus Elias, previu, otimista, que o faturamento da empresa cresceria na esteira dessas aquisições e de outras futuras. Destacou que o objetivo, com as compras, era agregar valor, segmentar e ampliar o portfólio de marcas e produtos. Também disse, à época, que a intenção era ter outros produtos sob a marca Poços de Caldas, além do requeijão. Quatro meses depois, Elias, conhecido por investir em empresas em dificuldades para reestruturá-las, admitiu, durante teleconferência com investidores, ter errado “no timing ao dobrar a companhia de tamanho em um momento em que o mercado estava totalmente adverso”. De fato, o setor de lácteos vive um momento delicado. A razão principal é o forte aumento na produção de leite do país, estimulado pelos preços altos em 2007, seguida por queda na demanda, o que afetou as margens do setor. A oferta maior atualmente está pressionando as cotações do leite longa vida - um item importante no portfólio de empresas como a Parmalat. De acordo com a Scot Consultoria, o litro do longa vida no atacado em São Paulo teve decréscimo de 8,01% em agosto. No varejo, conforme a pesquisa, o recuo foi de 7,52%. A Laep está no olho do furacão desde o começo de julho, quando um relatório do banco de investimentos UBS Pactual, mesmo que coordenou a oferta inicial de ações da empresa, cortou a recomendação e as projeções para os papéis da empresa. No relatório, o banco também questionou a governança da companhia, por ter aplicado os recursos obtidos na Bovespa - R$507,00 milhões em outubro do ano passado - de forma diferente do que havia prometido aos investidores quando se apresentou ao mercado. A empresa estava, então, com pouco caixa e havia gastado os recurso em aquisições. O balanço divulgado em junho mostra que, no segundo trimestre deste ano, as receitas da empresa não cobriram sequer as despesas operacionais. A companhia teve faturamento líquido de R$405,00 milhões e prejuízo de R$73,3 milhões. Com um caixa de R$41,00 milhões, tinha dívida bruta de R$426,00 milhões. Nos próximos 12 meses, quando incluídos os débitos com os fornecedores, teria de encarar responsabilidade que, somadas, alcançavam R$450,00 milhões. Mas a Laep não é a única novata a enfrentar dificuldades poucos meses após abrir capital. Companhias de outros setores, por razões específicas de cada uma, também viram os recursos obtidos na oferta de ações se extinguirem e o caixa apertar diante das responsabilidades. Além de Brasil Ecodiesel, na semana passada as discussões no mercado se concentraram sobre a construtora Tenda. A produtora de biodiesel conseguiu, depois de pegar empréstimos com o controlador, renegociar seus vencimentos junto aos bancos. Já a construtora informou, na sexta-feira, que está estudando diversas formas de obter recursos e que as disponibilidades são suficientes para suas necessidades até o primeiro trimestre de 2009. Em evento em São Paulo, na sexta-feira, a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, destacou a fase de “absoluta ressaca” que vive o mercado de capitais brasileiro. (Colaboraram Silvia Fregoni e Murillo Camarotto, do Valor Online) Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 1 de setembro de 2008. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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