• Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
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Scot Consultoria

O perfil expansionista dos confinamentos para 2026

Com as exigências de mercado e as boas perspectivas para a pecuária em 2026, os boitéis podem ser estratégicos para garantir margem e dar suporte ao pecuarista em mão de obra e infraestrutura.


Foto por: Bela Magrela

O ano está terminando e as expectativas para 2026 já se tornaram assunto nos confinamentos. De acordo com a pesquisa expedicionária da Scot Consultoria, Confina Brasil, o número de bovinos terminados em confinamento em 2025 deve atingir 8,3 milhões de cabeças, um incremento de 11,9% em relação ao volume estimado em 2024. E a intenção para o próximo ano é de expansão! “Além das projeções atuais, o histórico recente também confirma a expansão da atividade. Nos últimos cinco anos, desde o início do projeto em 2020, o uso do confinamento para engorda e terminação de bovinos apresentou crescimento médio anual de 5,3%, segundo dados da Scot Consultoria. Esse avanço constante demonstra o amadurecimento técnico e econômico do setor, que passou a enxergar o confinamento não apenas como alternativa em períodos críticos de pastagem, mas como ferramenta de gestão e eficiência produtiva”, afirmou a equipe técnica do Confina Brasil. O cenário otimista dos produtores é demonstrado no estudo que será publicado em breve, onde aproximadamente 79,0% dos confinadores esperam aumentar o volume de bovinos confinados em 2026.

Contudo, com a intensão de expansão, um problema volta para a mesa de debate: a falta de mão de obra. Para 80,4% dos produtores entrevistados, está cada vez mais difícil encontrar pessoas preparadas para lidar com as exigências da atividade. Dos que veem a mão de obra como a principal dificuldade dentro do confinamento, o principal desafio dentro do escopo é a dificuldade na contratação, que atinge 43,2% dos confinamentos mapeados, seguido da qualificação técnica desses colaboradores, mencionado por 35,8% da amostra.

Em segundo lugar, a dificuldade mais relatada pelos produtores é em manutenção e infraestrutura (11,4%). Levando em conta esse cenário de desafios, o uso de boitéis pode se tornar uma alternativa vantajosa. “Os dados do Confina Brasil 2025 ilustram a dimensão dessa prática. Dentro do universo de bovinos mapeados pela expedição, observamos que cerca de 31,7% de todo o rebanho confinado será alocado em sistemas de boitel. Este é um número muito expressivo que demonstra a força da parceria entre pecuaristas e os sistemas de engorda terceirizada” destacaram os técnicos da expedição.

Para trazer mais detalhes sobre o assunto, conversamos com o gerente de originação do grupo MFG, Vanderlei Finger, a seguir:

Scot Consultoria: Vanderlei, esse ano a pesquisa expedicionária Confina Brasil observou uma tendência de aumento de bovinos indo para o sistema de produção em confinamento. Vocês também perceberam isso? Apesar do ano ainda não ter encerrado, como está sendo a percepção de vocês quanto à 2025 frente a 2024?

Vanderlei Finger: A gente vem de um crescimento nos últimos cinco anos, e em 2024, confinamos aproximadamente 329,0 mil cabeças de gado. E esse ano devemos abater em torno de 350,0 mil. Além desse crescimento, também observamos uma necessidade maior de bovinos prontos para abate no mercado. Vemos que a procura está aumentando para as modalidades de mercado interno e externo.

Scot Consultoria: Esse ano, durante os dias de campo que vocês realizaram e onde nosso time de palestrantes participou a convite, vocês comentaram muito sobre a possibilidade do parceiro que trabalha com o sistema de pastagem ter uma conversa antecipada – três meses antes de chegar a fase de engorda – para colocar a boiada em confinamento. Você pode explicar como isso funciona?

Vanderlei Finger: Montamos uma estratégia que dê segurança aos nossos parceiros antes de ele ter o bovino pronto para mandar para o confinamento. Tem uma ‘garrotada’ que ele está recriando, e nós estamos no mercado que é muito volátil, então, mesmo em cenários de transição, quando o momento é de alta, ele tem baixas. E olhando para o mercado futuro, [o pecuarista] tem um bovino que ele colocou no pasto agora, que está na recria, e vai ficar pronto para mandar para o confinamento daqui três meses. E ele vê um mercado bom daqui seis meses, onde o produtor faz a conta e vê a oportunidade para travar e assim garantir o faturamento. Nossa equipe vai lá, avalia esse gado e viabilizamos para ele uma trava antecipada. Daqui três meses o boi está pronto para o confinamento, o pecuarista já sabe o preço que ele vai vender e, assim, pode fazer essa reposição e mandar o bovino travado com a segurança de viabilidade do negócio.

Scot Consultoria: E qual a perspectiva de vocês, o que vocês estão enxergando para 2026? Deve ser um ano interessante ainda para o confinamento?

Vanderlei Finger: Nós estamos finalizando o nosso orçamento para 2026. Então ainda não temos um número específico, mas eu te falo o seguinte: o otimismo é grande. Continuamos otimistas, porque 2024 foi um ano bom, 2025 está sendo um ano promissor. Nós estamos finalizando o ano e como todo mundo fala – vocês também –, que estamos no momento de virada de ciclo e estamos em transição e entrando 2026, a expectativa é grande, tá? A gente tem uma expectativa de ter mais ou menos o mesmo número de bovinos – ainda não definido. O que nossos parceiros dizem para nós é que 2026 e 2027 serão bons anos para os confinamentos.

O raciocínio apresentado por Vanderlei, vai em linha com o que a nossa pesquisa expedicionária, Confina Brasil, coletou em 2025. Para receber o estudo em primeira mão, cadastre-se agora.

Para ficar por dentro das tendências e se manter informado sobre o setor de bovinocultura de corte, não perca o Encontro de Confinamento e Recriadores em 2026. O evento acontecerá entre os dias 7 e 10 de abril em Ribeirão Preto/SP e Barretos/SP. Fique atento ao nosso site e às mídias sociais para acompanhar as novidades e garantir sua vaga com as melhores condições!

A entrevista completa com Vanderlei Finger você pode assistir no canal do YouTube da Scot Consultoria: 
https://youtu.be/eVm4GbSlyZ8

Vanderlei Finger

Formado em Ciências Contábeis e técnico em agropecuária, Finger tem MBA em gestão e estratégia do agronegócio. Há 14 anos na MFG, hoje ele atua como gerente corporativo de originação de gado dos confinamentos do grupo.

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