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Scot Consultoria

Fatores que podem ditar o rumo do boi gordo no segundo semestre


Sexta-feira, 20 de julho de 2018 - 09h00

Foto: Scot Consultoria


Sidnei Maschio: Hyberville, as quatro partidas que o Brasil jogou na copa do mundo fizeram alguma diferença no consumo de carne aqui no mercado interno conforme o pessoal estava esperando antes?


Hyberville Neto: Sidnei, não deixa de ter tido seu efeito positivo sim. O que nós observamos é que apesar dessas melhorias pontuais, dessa maior movimentação nesses momentos de jogos, nós ainda temos o consumo como limitante a altas mais importantes da arroba. A oferta de boiadas está bem limitada e o consumo tem segurado o mercado frente a altas mais fortes, mas de maneira geral, nós temos o mercado positivo, inclusive com valorizações, comedidas e compassadas, mas tem sido observada sim.                                     


Sidnei Maschio: Agora, este ano Hyberville, as eleições vão ter regras um pouquinho mais duras e um controle talvez um pouco maior do que de costume, do dinheiro que a política vai movimentar. Assim mesmo dá para apostar que ela vai ajudar o consumo em geral e de carne de maneira especial?


Hyberville Neto: Sidnei, nós acreditamos que vai haver esse efeito sim, as eleições estão um pouco mais tímidas devido às reformas que ocorreram, devido a Lava Jato e todos do mundo da política com receio adicional, o que é bom, mas ainda assim o dinheiro a mais com as eleições acaba colaborando um pouco com um fluxo de renda, fluxo de dinheiro na praça e isso, em parte, é convertido em consumo.


Sidnei Maschio: Agora, a respeito dessa tradição de aumento nas vendas de carne no segundo semestre Hyberville, sem esticar os olhos muito para longe na história do setor, o que aconteceu no ano passado com o preço do boi gordo na metade derradeira do ano, isso na comparação com a primeira metade do ano?


Hyberville Neto: No segundo semestre de 2017 nós tivemos uma recuperação importante, porque no primeiro semestre nós tivemos Carne Fraca e delação dos dirigentes da JBS o que levou os preços a patamares bem menores em meados do ano, então, o segundo semestre acabou sendo de recuperação. E aí, nós temos também o efeito de consumo que tipicamente é melhor na segunda metade do ano mesmo nos patamares que nós temos observados já a dois, três anos que têm sido aquém do que nós gostaríamos.


Sidnei Maschio: Então Hyberville, mas com tudo que tem acontecido na economia brasileira nesses últimos meses, dá para acreditar que essa escrita vai se repetir agora em 2018?


Hyberville Neto: Sidnei, nós temos alguns motivos para apostar as fichas no consumo, não em um consumo ávido, não em um consumo de três a quatro anos atrás, mas um consumo melhor do que em 2017 e melhor do que foi em 2016. Quando nós olhamos os indicadores econômicos de maneira geral, eles vinham numa tendência de melhoria e agora com a questão da greve, eles recuaram um pouco, os diversos indicadores renda, emprego e assim por diante. Mas quando fazemos a comparação anual com o mesmo período do ano passado, a situação está um pouco melhor e isso dá uma expectativa de um consumo um pouco mais positivo.


Sidnei Maschio: E por que o dólar está subindo tanto em relação ao real Hyberville, e de que forma isso pode atrapalhar a vida do povo e dos pecuaristas brasileiros?


Hyberville Neto: É, o dólar nós temos alguns componentes, a economia americana com essa tendência de aumento de juros, isso torna os investimentos nos Estados Unidos mais atrativos ou relativamente mais próximas a taxas pagas em países emergentes, só que o risco relacionado a economia americana é muito menor, então há uma migração de investimentos. Por outro lado, no Brasil, nós temos as incertezas relacionadas as eleições e a economia como um todo também acabam deixando o investidor um pouco mais receoso. O que diz respeito ao impacto disso na pecuária, nós temos um impacto maior via custos com alimentação, só que por outro lado nós temos a questão do frete travando as cotações e o cenário de maneira geral. E, por outro lado temos uma influência positiva das importações. Mas, em linhas gerais, se o produtor trabalha com pecuária extensiva e, considerando que as exportações representam algo em torno de 20%, a pecuária é relativamente menos influenciada pelo câmbio quando comparada com outras atividades. E aí, para a economia, o câmbio mais valorizado, acaba pressionando a inflação e tem um efeito negativo, mas isso mais em médio prazo.


Sidnei Maschio: Hyberville, por outro lado, falando agora de oferta de gado terminado, a situação é de aperto no país inteiro. Só isso já suficiente para garantir a alta do preço da arroba daqui para o final do ano?


Hyberville Neto: Nós acreditamos que nos próximos meses o primeiro giro de confinamento foi muito afetado pela baixa atratividade nos últimos meses, com a alta do milho. Aí o milho cedeu um pouco e os preços do mercado futuro apontavam para valores que chegavam a gerar alguma atratividade nas últimas semanas. Mas recentemente os preços futuros cederam e são mais frequentes resultados desanimadores do que o oposto. Então, nós acreditamos que a oferta de boiada se mantenha restrita nos próximos meses, pelo menos aquém do que nós esperávamos a algumas semanas, e isso tende a colaborar com os preços do boi, do lado do escoamento as ressalvas quanto ao consumo mas a margem de comercialização da indústria não está abaixo de patamares históricos, ela está próxima da média histórica, vinha bem acima e atualmente está próxima da média, então se a oferta continuar restrita há espaço para valorização do boi gordo sim.


Sidnei Maschio: Agora, o preço do milho já avançou um pouquinho né? A previsão é de alta na cotação do boi gordo nos próximos meses então né Hyberville? Isso muda tudo na situação do confinamento para parte final da temporada?


Hyberville Neto: Essa expectativa de alta que nós observamos no mercado futuro em relação aos preços atuais é ainda um uma alta em torno de 5 a 6 reais dependendo das referências, considerando São Paulo, mas frente ao cenário que o confinador encontra ainda são preços que não tornam a atividade atrativa, tornavam a algumas semanas devido aos preços futuros um pouco superiores, nós tínhamos lucro em boa parte das simulações e atualmente isso não é mais encontrado. Então apesar dessa expectativa positiva de preços frente ao que temos atualmente ainda não é um cenário extremamente otimista no que diz respeito aos preços do mercado futuro. Na verdade, não é um cenário tão otimista, apenas com valorizações, mas altas no segundo semestre não são raras, então nós não temos nada de muito fora da curva no mercado futuro apontando atualmente.


Sidnei Maschio: Hyberville, mudando um pouco o assunto da proza, vocês já estão trabalhando na preparação do Encontro dos Encontros da Scot Consultoria né? O que é que vai ter na edição de 2018 nesse tradicional evento da pecuária nacional e como é que a pessoa pode fazer para participar dele?


Hyberville Neto: Sidinei, aproveitando a oportunidade nós temos agora nesta sexta-feira (20) o último dia de inscrições com desconto do Encontro dos Encontros, que vai acontecer entre os dias 1 e 5 de outro em Ribeirão Preto. Para mais informações, nós temos no site da Scot Consultoria um banner bem destacado que leva para o site do Encontro dos Encontros e é um compilado de três curso que a Scot trabalha que é o Encontro de Adubação de Pastagens, o Encontro de Criadores e o Encontro da Pecuária Leiteira. Então, é um evento bem amplo, que traz bastante conhecimento e com o objetivo de aumentar o lucro das atividades seja de corte ou leite e passar mais ileso por esses momentos e solavancos que nós temos observado com tanta frequência no Brasil.           



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