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Scot Consultoria

Considerações acerca do volume de gado que será confinado


Sábado, 23 de junho de 2018 - 10h00

Foto: Scot Consultoria


Sidnei Maschio:
Logo depois do fim da greve dos caminhoneiros muita gente estava com medo de uma queda geral no preço da arroba do boi gordo, porque poderia ter uma oferta represada nas fazendas. Essas boiadas já foram todas negociadas?


Hyberville Neto: Logo no período pós greve nós observamos uma oferta mais concentrada de boiadas, porque realmente não havia possibilidade de negociação durante o período da greve. Houve essa pequena desova depois que foi muito bem aproveitada pelas indústrias para alongarem as programações. E o varejo vindo comprar com mais ímpeto, também por ter ficado esse período sem comprar, fez com que os frigoríficos trabalhassem essa retomada de estoques de maneira mais tranquila. Então os preços não subiram, mas essa desova de gado não foi tão forte a ponto de permitir uma desvalorização mais generalizada.


Sidnei Maschio: Já faz tampo que o clima está mais para o inverno do que para o outono, mas oficialmente, pelo menos, a mudança de estação vai acontecer agora. A gente pode apostar em um aperto geral da oferta de gado terminado no país inteiro, Hyberville?


Hyberville Neto: É o que nós acreditamos Sidnei. Antes da paralização dos caminhoneiros nós já observávamos uma redução e depois houve aquele período sem negociações o que acabou concentrando um pouco a oferta e então houve essa pequena desova. Mas, agora ao que tudo indica nós já voltamos a um cenário de entrada de entressafra, já com uma oferta menor de boiada, e assim nós esperamos que seja o cenário nas próximas semanas, até nos próximos meses.


Sidnei Maschio: Daqui para frente o abastecimento deveria ficar, normalmente, por conta do confinamento, mas com essa alta no custo de produção, que tamanho deverá ser essa boiada fechada nesse começo de temporada, Hyberville?


Hyberville Neto: Nós acreditamos que o volume de gado confinado, principalmente no primeiro giro, nesse início de oferta de gado, desse período de saída de gado de confinamento, seja mais limitado do que seria se nós não tivéssemos essa alta do milho que impactou fortemente os custos de produção. O milho é basicamente o alimento dos confinamentos, então nós acreditamos que isso impacte negativamente, mas, com a chegada da safrinha, agora nós estamos com plena colheita, a tendência é que para o segundo giro nós já tenhamos uma oferta mais próxima da esperada inicialmente.  Então, volta um pouco a anormalidade e no meio do segundo semestre para frente a tendência é que tenhamos uma oferta um pouco mais dentro da normalidade para o que se espera do período. 


Sidnei Maschio: Quando que deve chegar na praça os primeiros lotes de gado confinado?


Hyberville Neto: Tipicamente o confinamento começa a sair entre junho, julho e agosto. Com intensificação da oferta até outubro e novembro, os meses de maior entrega de gado confinado. Em dezembro, já começa a redução pois o pecuarista já começa a se programar sabendo que as chuvas aumentam em volume e isso atrapalha a mecânica do confinamento, atrapalha a parte operacional. Então, em julho e agosto, usualmente, há um volume mais importante com a ressalva de que, para esse ano, esse começo de confinamento seja atrasado e seja um pouco mais modesto frente ao que, normalmente, nós observamos.



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