Foto: Scot Consultoria
Terraviva: Hyberville, como o mercado está reagindo depois dessa operação?
Hyberville: O mercado do boi gordo tem trabalhado sem referência. Praticamente não ocorrem negócios e a grande parte dos frigoríficos está fora das compras, à espera de uma maior definição.
Alguns frigoríficos testam o mercado com preços abaixo dos observados na última semana, mas a quantidade de negócios é mínima.
Terraviva: quais os impactos para o mercado do boi gordo a longo prazo?
Hyberville: No mercado externo devemos ter impactos importantes, mas ainda é cedo para uma avaliação mais clara. Já no mercado interno, que responde pela maior parte do consumo, o que pode ocorrer é uma maior oferta, de carne bovina e, principalmente, das proteínas concorrentes, gerando desvalorizações.
Terraviva: isso deve atrapalhar as escalas de abate nos frigoríficos?
Hyberville: Este momento de praticamente ausência de compras tende a diminuir as programações de abate, mas com a dúvida frente à demanda, os frigoríficos têm optado pela cautela ou mesmo ausência das compras.
Terraviva: e para o pecuarista, como fica a situação? Você tem algum conselho para o pecuarista fazer negócio agora?
Hyberville: Quando as compras voltarem a um ritmo “mais normal” o cenário deve ser de pressão de baixa, mas os valores testados atualmente estão bem abaixo do que era observado antes da última sexta-feira, quando foi deflagrada a operação.
Terraviva: Hyberville, quais os estados que estão sentindo maior reflexo dessa operação?
Hyberville: Embora a operação tenha focado em alguns estados, no mercado do boi gordo temos o cenário comentado, de ausência de volume de negócios, em praticamente todo o país. A queda nas exportações e as incertezas quanto às reações e desdobramentos por parte dos compradores são as principais causas.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos