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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento entrevista o palestrante Alexandre Zadra


Terça-feira, 26 de março de 2013 - 09h09

Nos dias 3, 4 e 5 de abril acontecerá o tradicional Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP, onde o melhor time de analistas de mercado e de técnicos do setor discutirão o que será possível e o que será impossível para os confinadores nesta temporada.


O encontro é uma referência de mercado e vem sendo realizado há vários anos, concentrando profissionais de toda a cadeia pecuária.


O evento reunirá os principais agentes-chave da pecuária brasileira para expor, de forma clara e objetiva, as tendências de mercado: principais ferramentas de proteção de preço, estratégias de manejo, mercado de grãos, nutrição de animais, reforma de pastagens, custos do confinamento, entre outros.


Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/


Um dos palestrantes será o zootecnista Alexandre Zadra, supervisor técnico da CRI Genética.


Sua palestra abordará as raças de bovinos de corte, sistemas de cruzamento, importância da nutrição em relação à genética e as recomendações de manejo para cada tipo racial.


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.



Entrevista com Alexandre Zadra


Scot Consultoria: Em relação ao ganho de peso, quais as diferenças entre as principais raças de bovinos?


Alexandre Zadra: O potencial de ganho de peso de cada raça está principalmente ligado ao metabolismo e a sua curva de crescimento, bem como com o ambiente onde são criados.


Raças que produzem maior calor endógeno, como as raças taurinas europeias (Angus, Hereford, Simental, Charolês) ganham mais peso que as raças zebuínas em temperaturas amenas (até 22 graus), quando alimentados com concentrado.


Já os zebuínos e taurinos adaptados ao clima tropical (Senepol e Caracu, por exemplo) apresentam uma baixa produção de calor endógeno e, portanto, maior ganho de peso que raças européias quando criados em clima quente e úmido.


As raças bimestiças (Brangus, Braford, Canchim) e o Bonsmara, esse ultimo considerado um taurino adaptado ao clima quente e seco, apresentam um ganho de peso satisfatório, tanto em clima quente quanto em clima ameno.



Scot Consultoria:
Quais os aspectos a serem observados em um bezerro ideal?


Alexandre Zadra: O bezerro deve ter um peso que facilite a parição, boa conformação longilínea e, sobretudo, boa musculosidade e ossatura, apresentando adaptabilidade (comprimento de pelo) compatível com o clima no qual será criado. No caso do clima quente, deve possuir pelos curtos e no clima frio pelos mais compridos, para a proteção natural.



Scot Consultoria:
Qual importância de uma cria e recria bem estruturada para o sucesso da terminação, pensando tanto em quem possui ciclo completo quanto em quem venderá o boi magro para o confinamento?


Alexandre Zadra: Ciclos bem estruturados passam pela alimentação. Os trabalhos de pesquisa mostram que bezerros e garrotes que recebem suplementação alimentar desde os 45 dias de vida apresentam uma fisiologia mais equilibrada na idade jovem e adulta, gerando uma diferença de ganho de peso mais significativa na idade adulta, em relação aos que não são suplementados.



Scot Consultoria:
Qual a sua opinião sobre o confinamento de animais na recria?


Alexandre Zadra: Está mais do que provado que, quando o confinamento é usado como estratégia de manejo, traz benefícios financeiros facilmente mensuráveis à propriedade.


O confinamento de animais de recria, em minha opinião, é benéfico quando pensamos em produzir o que chamamos de um animal "superprecoce zero dente", entrando no confinamento na desmama e permanecendo por, pelo menos, 150 dias até o abate.



Scot Consultoria:
O uso do creep feeding na cria altera o ganho de peso no cocho?


Alexandre Zadra: Como citado anteriormente, as pesquisas demonstraram que animais suplementados na cria e recria sem intervalos de perda de peso nessas fases foram mais eficientes e com maior ganho de peso na engorda que animais com déficit nutricional, principalmente na fase de cria. Sendo assim se torna uma estratégia de manejo compatível com a pecuária de alto desempenho.



Scot Consultoria:
Para um animal expressar seu potencial genético é preciso que seja fornecido a ele uma condição ambiental e nutricional adequada. Porém, pensando o contrário, é possível, através da nutrição, corrigir uma carga genética "ruim" para ganho de peso e deposição de gordura e levar o animal a uma boa condição de abate? Baseado nisso, o que se torna mais importante: optar pela genética ou pela nutrição de qualidade?


Alexandre Zadra: Sabemos que animais que, em sua composição, possuem mais de 50% de sangue europeu e sejam criados em clima tropical úmido, onde as temperaturas noturnas médias de verão ficam acima de 26 graus, apresentam uma menor ingestão de alimentos por possuir uma produção de calor endógeno muito alto, sofrendo com o estresse térmico e, consequentemente, levando até a perda de peso.


Uma forma de compensar em parte essa falta de "fome" dos animais não adaptados é oferecer alimentação concentrada no cocho, onde os mesmos ingerirão em menores volumes a porção de proteína e energia necessária à obtenção de um ganho de peso satisfatório.


Costumo dizer que animais desmamados não adaptados, que estavam protegidos pelo leite da mãe, passam a ser protegidos pelo cocho. Em relação a compensar a falta de qualidade genética com nutrição de alto nível, acredito que, fora o ganho compensatório, raramente conseguimos fazer um boi de boa qualidade com genética ruim.



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