Apesar da safra recorde no Brasil e da boa oferta global, a expectativa é de preços firmes nos próximos dois meses.
Foto: Freepik
Apesar da safra 2024/25 recorde no Brasil e da boa safra 2025/26 nos Estados Unidos, em colheita, os preços no Brasil estão firmes.
No mercado internacional, o preço subiu.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), em outubro/25, a cotação do contrato com vencimento próximo (novembro/26), subiu. No começo de outubro, a referência estava cotada em US$9,94/bushel (1/10/25) e, em 24/10/25 estava cotada em US$10,64/bushel.
Com preços firmes no mercado internacional e um câmbio apreciado em relação ao real, os preços no Brasil ficaram firmes.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a saca de soja, em Paranaguá-PR, estava cotada em R$139,50 em 24/10, alta de 2,6% frente ao começo de outubro, quando estava cotada em R$136,00.
Tabela 1.
Cotação da soja em grão em diferentes regiões do Brasil.
| Data/Variação | Paranaguá - PR | Rio Grande - RS | Rondonópolis - MT |
|---|---|---|---|
| 24/10/2024 | 144,50 | 141,00 | 146,00 |
| Variação 365 dias | -3,5% | -0,7% | -13,0% |
| Há um mês | 136,00 | 138,00 | 122,00 |
| Variação 30 dias | 2,6% | 1,4% | 4,1% |
| Há quinze dias | 140,00 | 138,50 | 125,00 |
| Variação 15 dias | -0,4% | 1,1% | 1,6% |
| Há uma semana | 141,00 | 140,00 | 126,00 |
| Variação 7 dias | -1,1% | 0,0% | 0,8% |
| 24/10/2025 | 139,50 | 140,00 | 127,00 |
| Data/Variação | Dourados - MS | Rio Verde - GO | Rancharia - SP | Uberlândia - MG |
|---|---|---|---|---|
| 24/10/2024 | 143,00 | 133,00 | 142,00 | 136,00 |
| Variação 365 dias | -12,6% | -3,8% | -6,3% | -2,6% |
| Há um mês | 121,50 | 124,50 | 127,50 | 127,00 |
| Variação 30 dias | 2,9% | 2,8% | 4,3% | 4,3% |
| Há quinze dias | 124,00 | 127,00 | 130,00 | 128,50 |
| Variação 15 dias | 0,8% | 0,8% | 2,3% | 3,1% |
| Há uma semana | 125,00 | 128,00 | 133,00 | 131,00 |
| Variação 7 dias | 0,0% | 0,0% | 0,0% | 1,1% |
| 24/10/2025 | 125,00 | 128,00 | 133,00 | 132,50 |
Fonte: Scot Consultoria
Além desses fatores, com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, os prêmios, nos portos brasileiros, permanecem elevados – assim como a exportação, que, até setembro, esteve maior do que no ano passado – veja na figura 1.
Figura 1.
Exportação brasileira de soja em grão, em milhões de toneladas, por mês.
Fonte: Secex / Elaboração: Scot Consultoria
A entressafra no Brasil, naturalmente sustenta os preços no segundo semestre – veja, na figura 2, o comportamento histórico dos preços.
Figura 2.
Preço da soja em grãos, em R$/saca, deflacionado (IGP-DI), entre 2010 e 2024, no Paraná.
Fonte: Scot Consultoria
Considerando as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a demanda pela soja brasileira para a exportação – respeitando a sazonalidade –, apesar da entressafra no país, deverá continuar elevada.
Soma-se a isso, o aumento da mistura de biodiesel a partir de agosto – de 14,0% (B14), para 15,0% (B15) – que sugere um quadro de demanda doméstica aquecida pela oleaginosa.
Nos Estados Unidos, a área semeada foi menor e a expectativa de produtividade, segundo os últimos levantamentos, apontam para menor rendimento do que o inicialmente previsto – fato que colabora com preços maiores na Bolsa de Chicago em relação ao ano passado, mesmo com a pressão da colheita por lá.
O dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central (24/10/25), deve terminar 2025 próximo dos R$5,41.
Por aqui, a semeadura da safra 2025/26 está em andamento – a estimativa é de recorde, mas, o clima ainda será fator chave para o desempenho da safra.
Considerando os preços em Chicago, mais o prêmio vigente, esperamos que a cotação siga firme até o fim de 2025.
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