O DDG é o principal coproduto do etanol de milho e, embora seu preço seja influenciado pela cotação do grão, outros fatores também determinam suas variações.
Fonte: Freepik
A cotação do milho, historicamente, tende a seguir um padrão – queda no primeiro semestre, influenciada pela colheita da primeira safra e pela antecipação da oferta da segunda safra, e alta no segundo semestre, impulsionada pela recomposição dos estoques e pela competição com a exportação do grão. Esse comportamento é recorrente e, desde 2005, só foi interrompido em 2008, ano marcado pela crise financeira global.
Em 2025, até o momento, o comportamento foi semelhante. A cotação fica em alta até meados de fevereiro e março quando então começa a cair e bate nas mínimas em julho/agosto. Existem comportamentos mensais e semanais que alteram essa dinâmica, e os fundamentos de oferta e demanda definem “o quanto sobe e o quanto desce”.
Figura 1. Cotação do milho (saca com 60kg) em Rondonópolis e Campinas, e do DDG (tonelada) em Mato Grosso e Goiás.
*DDG “Alta Fibra”
Fonte: Scot Consultoria
O preço do DDG não acompanha, de forma linear, as variações da cotação do milho. É claro que o milho, sendo a principal matéria-prima, exerce influência direta sobre o custo e o repasse dos preços ao DDG. No entanto, outros fatores também impactam a formação, como a concorrência com produtos do processamento do algodão e com o farelo de soja, que disputam espaço nas formulações das rações.
Desde meados de agosto de 2024, os preços do DDG vinham subindo, seguido por um período de estabilidade, a depender do tipo de produto. Entre junho e julho deste ano, entretanto, os preços ficaram estáveis, com tendência de queda.
Desde meados do ano passado, tanto a demanda interna quanto o mercado externo (exportação) estiveram aquecidos. O Brasil exporta aproximadamente cerca de 20% do DDG produzido, o que faz com que o mercado internacional também atue como formador de preços.
Figura 2. Preço médio da tonelada de DDG exportada.
Fonte: Ipea, Secex / Elaboração: Scot Consultoria
O preço médio do DDG exportado acompanhou a mesma tendência observada nos preços do DDG vigentes no mercado interno (figura 1) – queda contínua desde o fim de 2022, seguida por uma recuperação a partir de meados de 2024. No entanto, essa retomada não foi suficiente para alcançar os patamares registrados em 2022 e 2023.
Além da influência do milho, o preço do etanol desempenha papel estratégico, pois afeta a margem das usinas e o incentivo para intensificar ou reduzir o esmagamento de milho, modulando a oferta de DDG no mercado interno e exportador. Esse conjunto de variáveis cria um cenário de preços dinâmicos e mais complexo.
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