• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Como está a competitividade das carnes de frango e suína em relação à carne bovina?


Terça-feira, 7 de novembro de 2023 - 06h00

Alcides Torres é engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.

Marina Mioto é zootecnista, formada pela Faculdade de Ciências Agrária e Veterinárias - Unesp, campus de Jaboticabal, mestre em Produção Animal Sustentável pelo Instituto de Zootecnia e analista de mercado da Scot Consultoria.



Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado.


O Brasil é importante produtor de carne bovina. É o segundo produtor mundial de carne bovina. O primeiro são os Estados Unidos. A produção no Brasil tem aumentado, resultado de investimentos em tecnologia que elevaram a produtividade e a qualidade. Esse conjunto de resultados permitiu o aumento da exportação e o suprimento do mercado interno com tranquilidade.


O consumo cresceu também em função das mudanças nos hábitos alimentares, da maior oferta de produtos que atendem às expectativas do consumidor, do preço da carne que vem caindo e da menor taxa de desemprego que está em 8,0% (a menor desde 2015), melhorando o poder de compra da população.


Contudo, o nível de endividamento da população é recorde (78,0%), que induz a população a escolher proteínas comparativamente mais baratas, como a carne de frango e a suína, em relação a carne bovina (figura 1).


Figura 1.
Preços médios mensais da carcaça casada de bovinos inteiros, carcaça especial suína e frango médio, no mercado atacadista, em R$/kg, em São Paulo.



Fonte: Scot Consultoria / Jox


O preço médio da carcaça casada de bovinos inteiros, no mercado atacadista em setembro de 2022, estava em R$17,44/kg (deflacionada pelo IGP-DI), e em setembro de 2023, estava em R$15,08/kg, queda de 13,5%.


No mesmo comparativo, o preço médio da carcaça especial suína estava em R$8,60/kg e, em igual período desse ano, a cotação ficou em R$9,59/kg, incremento real de 11,5%.


Em setembro/22, o preço do frango médio era negociado em R$6,60/kg, e em 2023, estava em R$6,21/kg, redução de 8,9%.


Em 2022 (até setembro), era possível comprar, em média, 2,68kg de frango e 2,04kg de carcaça suína especial para cada quilo de carcaça casada de bovinos inteiros. No mesmo período desse ano, comprava-se, em média, 2,52kg de frango e 1,57kg de carcaça suína especial (figura 2).


Figura 2.
Relação de troca do frango médio e da carcaça suína especial frente à carcaça casada de bovinos inteiros.



*até setembro
Fonte: Scot Consultoria / Jox


Desde 2020, o frango tem ficado mais caro em relação a carcaça bovina, contudo ainda é mais competitivo entre as três proteínas de origem animal, ou seja, pelo mesmo preço é possível comprar mais frango do que carcaça suína e bovina no mercado atacadista. Já a carcaça suína, no mesmo período, vinha concorrendo com a carcaça bovina, cenário que mudou no último ano.


Estamos a menos de dois meses do final do ano, período em que o consumo de carne melhora, principalmente a carne bovina e suína, devido às festividades e incremento no poder aquisitivo da população podendo estreitar a competitividade da relação de troca entre as duas carnes. A carne de frango, por sua vez, é a mais consumida no Brasil e a tendência é que continue assim devido ao preço acessível.



<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>

Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja