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Scot Consultoria

Mercado de ovos e expectativas


Segunda-feira, 21 de março de 2022 - 11h30

Alcides Torres é Engenheiro agrônomo, formado pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ, da Universidade de São Paulo, é diretor-fundador da Scot Consultoria. É analista e consultor de mercado, com atuação nas áreas de pecuária de corte, leite, grãos e insumos agropecuários. É palestrante, facilitador e moderador de eventos conectados ao agronegócio. Membro de Conselho Consultivo de empresas do setor e coordenador das ações gerais da Scot Consultoria.

Amanda Skokoff é médica-veterinária pela Universidade de São Paulo - USP, Campus Pirassununga.


Foto: Scot Consultoria


Artigo originalmente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado em 14/3/2022.

O mercado de ovos tem sido marcado por preços firmes, impulsionado pela forte demanda doméstica e pelo crescimento compassado da produção. 


As altas nos custos de produção são o maior desafio dos produtores desde 2020, com destaque para a alimentação. A relação de troca com o milho, principal insumo consumido pelo setor, piorou 22,6% em 2021, apertando a margem do avicultor, que já tinha visto seu poder de compra diminuir 19% em 2020 (figura 1).


Figura 1. Quantidade de caixas de ovos necessárias para a compra de uma tonelada de milho em São Paulo.

Fonte: Scot Consultoria


Frente aos custos em elevação, a produção foi se ajustando. 


Após ganhos expressivos em 2018 e 2019, em 2020 a produção de ovos brasileira atingira 53,5 bilhões de unidades, um crescimento de 9,1%. Para 2021 projeta-se novo crescimento, de 1,8%, bilhões de unidades produzidas (ABPA). 


Quanto ao consumo, em 2020, com a pandemia e a fragilidade econômica resultante, o consumo de ovos aumentou para 251 ovos/habitantes/ano. Frente ao poder de compra ainda fragilizado do consumidor, em 2021 a demanda seguiu firme e o consumo per capita de ovos aumentou (figura 2).


Figura 2. Consumo per capita de ovos no Brasil.

Fonte: ABPA / Elaboração: Scot Consultoria


Mercado em 2022 

Com a oferta ajustando-se à demanda e os custos de produção pressionando o setor, a cotação do ovo, que esteve firme em 2021, continuou, até agora, firme em 2022. 


A queda sazonal das cotações de novembro/21 a janeiro/22 não mudou esse quadro que, em fevereiro, atingiu recorde, com a caixa com 30 dúzias de ovos comercializada em R$128,08 (figura 3). 


Figura 3. Preços médios mensais da caixa com trinta dúzias de ovos, em R$, em São Paulo.


* março de 2022: cotações até o dia 17
Fonte: Scot Consultoria


Após fortes ajustes do início do ano até o momento, uma involução nas cotações da caixa de ovos ocorreu frente ao estreitamento da competitividade para a carne de frango e suína, porém, com a quaresma, tradicionalmente de incremento na demanda por ovos, as quedas foram limitadas. 


Com cotações sustentadas em patamares elevados, a relação de troca com o milho melhorou. Na média de janeiro, 18,9 caixas com trinta dúzias de ovos compravam uma tonelada do cereal. Em fevereiro 13,3 caixas compravam a mesma quantidade de milho. 


Expectativas 

Frente ao cenário inflacionário vigente, o poder de compra da população deve continuar caindo, afetando principalmente a população de baixa renda. Com isso, estima-se que o consumo per capita de ovos aumente neste ano. A expectativa é de que o consumo alcance 262 ovos/habitante/ano. 


A menor disponibilidade de milho, por sua vez, chama a atenção do setor. Com a quebra da primeira safra no Brasil e a invasão da Ucrânia pelos russos, os preços do cereal devem continuar firmes. 


Portanto, para 2022, com uma expectativa de produção ainda se ajustando aos custos de produção subindo, como em 2021, o preço dos ovos deve seguir sustentado. 



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