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Sobe de escada desce de Elevador...


Quinta-feira, 14 de março de 2019 - 15h55

Médico veterinário, pós-graduado pela ESPM, MBA em finanças pelo Insper-SP e sócio diretor da Radar Investimentos


Foto: pixabay.com


O mercado de milho vem trabalhando em ambiente firme praticamente desde novembro do ano passado, com o indicador Esalq à vista saindo das mínimas próximo a R$34,00/saca em final de outubro de 2018 para a máxima recente de R$42,00 em final de fevereiro.


Esse movimento de alta após a pressão do final do escoamento da safrinha do milho de 2018 é natural e esperado e historicamente tem seu pico coincidindo com o ápice da colheita da safra de verão de soja, onde a logística se volta toda para a oleaginosa, encarecendo fretes e, portanto, dificultando a chegada de milho de outros estados a São Paulo e encarecendo o cereal aqui.


Como os estoques de passagem de 2018 para 2019 eram relativamente confortáveis, a alta do milho tinha características muito mais conjunturais do que estruturais, ou seja, ela não era movida por uma escassez ou falta do produto, mas sim pelo conforto do vendedor e sua recusa em vender nos preços negociados até então.


Esse tipo de mercado é o que referenda o ditado de mercado que diz que “Os preços sobem de escada e descem de elevador”, já que enquanto a alta perdura, o vendedor sempre tende a segurar e esperar por preços mais altos, porém, quando os primeiros volumes maiores de oferta começam a aparecer, todos tentam acelerar as vendas e os preços caem muito rápido.


Independente dos motivos, esse movimento foi exatamente o que aconteceu com o milho nessa semana, com fortes recuos tanto no Indicador Esalq à vista como nos mercados futuros, com destaque para maio, que recuou mais de 10% frente a suas máximas em apenas 3 dias, como pode ser observado na figura 1.


Figura 1.
Cotação do milho físico em Campinas-SP e dos contratos futuros com vencimento em maio/19 e setembro/19.

Fonte: Broadcast / Elaboração: Radar Investimentos 


Sempre que ocorrem movimentos tão rápidos e bruscos como esse, a tendência é que os contratos futuros exagerem na intensidade, gerando distorções que podem ser aproveitadas por quem precisa fixar preços de compra ou comprar seguro contra possíveis altas no futuro. 


Essa queda atual já começa a abrir boas oportunidades para os pecuaristas fixarem seus contratos de fornecimento de milho para a entressafra, como referência, o seguro de alta de nível R$37,00 para julho pode ser comprado hoje ao redor de R$0,80/saca. Já para setembro o seguro do mesmo preço máximo custaria ao redor de R$1,10/saca. O preço máximo de nível R$40,00 para setembro custaria ao redor de R$0,50/sc.


 



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