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Scot Consultoria

Preços dos lácteos em alta no mercado internacional


Quinta-feira, 7 de março de 2013 - 17h39

Cientista Econômico pela ESALQ/USP.


Os produtores e laticínios do Uruguai esperam um aumento dos preços dos lácteos no mercado internacional nos próximos meses. A previsão é que no pior dos cenários, os valores se manteriam no nível atual.


Os preços dos últimos leilões de lácteos da Neozelandesa Fonterra, que servem como parâmetros para o mercado mundial, seguem em alta.


No último leilão (5/3), o preço médio, considerando todos os produtos lácteos negociados, subiu10,4% fechando em US$4.216,00 por tonelada. Foi a sexta alta consecutiva.


Leite em pó integral- o produto lácteo que o Uruguai mais exporta foi o que registrou a maior alta, de 18,0% em relação ao leilão anterior. O preço médio ficou em US$4.298,00 por tonelada.


Em 5 de junho de 2012, a média de preços dos produtos lácteos foi de US$2.899,00 por tonelada, enquanto, a tonelada de leite em pó integral foi negociada, em média, por US$2.763,00.


 Ou seja, os preços atuais estão 45,4% e 55,5%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.


As altas significativas nos últimos leilões são fundamentadas na preocupação do mercado internacional perante a menor oferta de leite da Oceania. Na Nova Zelândia, algumas regiões sofrem com a seca, que diminuiu a produção entre 15% e 20% em fevereiro.



Outro ponto é a oferta de leite limitada no hemisfério Norte, mesmo em plena safra. A sensação é que o mundo tem uma oferta limitada e uma demanda em ascensão", afirmou o presidente da Cámara Uruguaya de Productores de Leche (CUPL),Horacio Leániz.



O sindicalista destacou que estes aumentos não são considerados momentâneos. Exceto em situações pontuais de leves baixas, a alta dos preços dos lácteos se dá desde agosto de 2012.


O vice-presidente da Conaprole, Wilson Cabrera concordou que a alta no último leilão da Fonterra é um sinal de bons preços internacionais, além disto, é um indicador de que as cotações dos mesmos seguirão subindo.


"Acreditamos que os preços leite em pó integral,em virtude da demanda firme e da oferta restrita, deverão, em pouco tempo, se estabilizar em US$4.000 por tonelada, o que não é visto há vários anos", afirmou o vice-presidente.


Leániz disse que futuramente existirão preços ainda maiores, devido à relação citada entre oferta e demanda.


Estes valores, por sua vez, são um piso de comercialização para o Uruguai. Ainda que, tanto por acordos comerciais, quanto pela situação de ofertante em que se enquadra, o país negocia valores superiores aos acordados neste leilão.


"O Uruguai exporta a maioria de seus derivados lácteos para mercados que tem preferência tarifária, o que resulta em preços de 15% a 20% maiores do que a maioria dos mercados internacionais", explicou.


Em 2012, os cinco principais destinos das exportações uruguaias de leite em pó integral são países da América do Sul e da América Central.


O Brasil, maior importador de leite em pó do Uruguai, gerou cerca de US$122,919 milhões em receita para os uruguaios em 2012. Este total garantiu 56,0% de toda a receita gerada pelas exportações de leite em pó no ano passado.


 Venezuela e Cuba, embora com participações menores nas importações, 19,1% e 12,8% respectivamente, também respondem por boa parte da receita gerada pelas exportações do derivado lácteo uruguaio.Em 2012, a Venezuela comercializou com o país US$41,967 milhões em leite em pó integral. Cuba gastou US$28,134 milhões.


Completam a lista dos cinco maiores importadoresa Colômbia e o México, com 3,2% e 2,6%, que corresponde a US$6,964 milhões e US$5,731 milhões, respectivamente (figura 2).



O presidente da CUPL informou que, mesmo em países que não possuem estas tarifas, são verificados preços maiores aos da média mundial.


Isto se dá porque estes mercados, como o de países situados na costa Oeste da África,compram pontualmente e necessitam do produto com urgência. Aliado a isto, outros concorrentes, caso da Nova Zelândia, apresentam valores de fretes mais caros para estes locais quando comparados ao Uruguai.


Cabrera disse que, embora seja importante a alta do preço deles (Fonterra), a Conaprole não toma como referência os preços definido nos leilões, por que a maioria dos produtos comercializados pela Fonterra visa mercados que não possuem nenhuma tarifa.


Neste sentido, informou que estão próximos a fechar uma operação na qual serão exportadas 40 mil toneladas de leite em pó integral para a Venezuela, a preços que, embora não foram definidos, são muito bons. 


Fonte: El País. Por Pablo Besón. 23 de fevereiro de 2013.


Traduzido, adaptado e comentado por Augusto Maia, graduando em Ciências Econômicas ESALQ/USP, em treinamento pela Scot Consultoria.



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