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Scot Consultoria

O desempenho do frango e do suíno em 2012


Sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 - 12h23

Zootecnista pela USP – Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA). Analista de mercado do boi gordo, atacado e varejo de carne e lácteos, sementes forrageiras e insumos agrícolas. Coordenadora da Rádio Scot. Editora da Carta Conjuntura.


O Brasil está entre os principais produtores e exportadores mundiais de carne de frango e de suíno.


Carne suína


O Brasil é o quarto produtor mundial de carne suína, superado apenas pela China, União Europeia e Estados Unidos. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a projeção de produção este ano é de 3,5 milhões de toneladas, aumento de 4,0% em relação a 2011.


Em 2012 o suinocultor recebeu, em média, R$51,38 pela arroba do suíno, alta de 2,8% na comparação com a média de 2011.


Entre junho e julho de 2012 os preços da arroba atingiram o menor patamar dos últimos quatro anos, R$36,00. Os preços vêm se recuperando de forma consistente desde setembro. Figura 1. 



No último trimestre de 2012 o preço subiu 18,0%, puxado pela maior demanda devido às festas de fim de ano. A arroba atingiu preços recordes em dezembro, cuja cotação foi de R$72,00.


No mercado atacadista a cotação média anual ficou em R$4,28/kg, 0,2% abaixo da média de 2011.


Com relação à projeção do abate de 2012, a estimativa é de que seja de 36,1 milhões de cabeças, 3,6% maior em relação a 2011.


As exportações de produtos suínos (carne, miúdos e tripas) também superaram o resultado de 2011, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Foram embarcadas 583,7 mil toneladas equivalente carcaça (tec), aumento de 10,9%. Este foi o melhor volume embarcado desde 2010.


O faturamento aumentou 2,8%, ficando em US$1,5 bilhão. O desempenho menor do faturamento em relação ao volume foi devido à queda de preço do produto brasileiro no mercado internacional. A tec ficou cotada em US$2.590,03, queda de 7,3% em relação à média do ano anterior.


A Rússia se manteve entre os principais clientes da carne suína brasileira, junto com Ucrânia e Hong Kong. Em junho de 2011 o país restringiu as compras de carnes de três estados brasileiros. Mesmo com o embargo, o volume total de produtos suínos embarcados cresceu.


Em 2013, projeções do USDA apontam para aumento de 2,1% na produção de carne suína e 1,1%no consumo interno. A possibilidade de alta de 6,6% nas exportações e essas projeções positivas são fatores que podem dar sustentação nos preços ao longo da cadeia.


A exportação para a Rússia pode ser prejudicada caso o Brasil não cumpra a exigência de ausência de ractopamina nos produtos de origem animal. Na segunda semana de janeiro, o Serviço Federal para a Vigilância Fitossanitária e Veterinária da Rússia informou que encontrou a substância em carregamentos de empresas brasileiras, americanas e canadenses. Caso isso ocorra novamente, estes países poderão sofrer restrições nas exportações.


 Carne de frango


 Dados do USDA mostram que o Brasil é o terceiro produtor mundial de carne de frango desde 2004, quando superou a União Europeia. Os maiores produtores são Estados Unidos e China.


Desde 2004 o Brasil também consolidou a posição de maior exportador mundial, posto anteriormente ocupado pelos Estados Unidos.


 No mercado doméstico, em 2012, o avicultor paulista recebeu pelo frango vivo, R$2,04/kg, em média, preço recorde. A alta em relação a 2011 foi de 6,3%. O pico de preço foi R$3,00 pelo quilo vivo. Figura 2.



A remuneração do produtor no segundo semestre aumentou 38,9% em relação ao primeiro. Os preços não caem desde maio do ano passado. Até janeiro de 2013, a alta foi de 74,6%.


No mercado atacadista, o quilo do frango resfriado esteve cotado, em média, em R$3,02, alta de 6,7% em relação à média de 2011. Entretanto, mesmo com preços de venda recordes, a margem de comercialização da indústria avícola aumentou apenas 0,4 ponto percentual em relação ao ano passado, ficando em 48,4%.


Em 2012 as valorizações ao longo da cadeia aconteceram mesmo com produção de carne maior e volume exportado menor.


Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que o abate de frangos em 2012 possa se aproximar dos números de 2011, 5,3 bilhões de animais. A quantidade de carne produzida, por sua vez, deverá ser 2,7% maior, devido ao aumento do peso de carcaça.


De janeiro a dezembro, segundo o MDIC, o faturamento com as exportações de produtos de frango (carne e miúdos) ficou em US$7,2 bilhões, queda de 5,5% em relação ao resultado de 2011, quando houve recorde. No mesmo período, os embarques totalizaram 3,72 milhões de toneladas, 0,6% abaixo do embarcado em 2011. Não aconteciam quedas no volume anual embarcado desde 2006.


A tonelada do produto brasileiro ficou 5,0% mais barata no mercado internacional em relação a 2011, cuja cotação média foi de US$1.932,76. Hong Kong, China e Arábia Saudita foram os principais clientes dos produtos de frango brasileiro.


A expectativa para 2013, segundo dados do USDA, são de que o consumo doméstico seja de 9,4 milhões de toneladas, alta em comparação às 9,3 toneladas consumidas em 2012.


Caso as previsões de alta de produção de soja e milho na safra 2012/2013 se confirmem, espera-se que o custo de produção, principalmente o item da alimentação, deem folego ao produtor. Os estoques de passagem de milho também são os maiores da história, o que contribuirá para a pressão de baixa.


Considerações finais


A perspectiva para as carnes suína e de frango é positiva em 2013.


Para ambas, apesar da estimativa de alta na produção, espera-se também maior consumo e crescimento da exportação o que, pode dar sustentação aos preços.


Com a expectativa de aumento na produção brasileira de soja e milho, os custos da alimentação podem pesar menos nos custos de produção.


O aumento na renda da população pode estimular o consumo destas proteínas e este aumento da demanda também pode ser um fator de firmeza para as cotações ao longo da cadeia.


A abertura de novos mercados para a carne, como o do Japão, podem contribuir para a sustentação de preços no mercado interno.



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