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Scot Consultoria

O cisma do ambientalismo e a desorientação dos fundamentalistas


Quarta-feira, 14 de novembro de 2012 - 16h35

Amazônida, engenheiro agrônomo geomensor, pós-graduado em Gestão Econômica do Meio Ambiente (mestrado) e Geoprocessamento (especialização).


Tenho me divertido muito vendo a reação dos ecólatras depois da aprovação do novo Código Florestal no Congresso Nacional. O movimento ambiental rachou. Enquanto a ala moderada se ocupa da agenda pós reforma, os ecotalibãs estão sem plateia e completamente perdidos.


Semanas atrás li um texto do Fábio Feldmann publicado no Jornal Brasil Econômico. O texto é primoroso.


Feldmann, que é um dos pais do ambientalismo irresponsável, escrevendo sobre a reforma do Código, disse: "No que tange aos ambientalistas, também é necessária uma reflexão sobre toda essa polêmica e a humildade de reconhecer que o adversário se profissionalizou nos últimos anos e, como resultado, dividiu a opinião pública".


É impressionante. Eu gargalho toda vez que leio essa constatação do Feldmann. Tudo nessa peroração é cômico.


É cômico imaginar um ambientalista tentando ser humilde. É cômico ver Feldmann tratando todo o setor rural brasileiro como "adversário". É cômico imaginar o amadorismo do setor rural antes dos "últimos anos". É cômico imaginar quantos seriam esses "últimos anos". É cômica a perplexidade do Feldmann com a divisão da opinião pública.


Semana passada houve outro exemplo da desorientação dos fundamentalistas do meio ambiente. Paulo Barreto, um dos donos da ONG Imazon, afirmou que o governo deveria aumentar o Imposto Territorial Rural (ITR) como forma de proteger o meio ambiente. A peroração foi feita durante o VI Simpósio Amazônia organizado pela Comissão da Amazônia da Câmara dos Deputados.


A confusão mental do Barreto sugerindo que aumento de imposto sobre a terra na Bahia levará à preservação das florestas do Amapá, é outro indício da desorientação das ONGs. Segundo ele, aumentar o imposto "vai gerar mais emprego e oportunidade para quem está produzindo e diminuir a especulação da terra".


Também na semana passada os Comitês de Bacias Hidrográficas, reunidos em assembleia geral, aprovaram uma moção de repúdio (leia aqui). Segundo a moção, ao sancionar o novo Código Florestal, que havia sido aprovado nas duas casas do poder legislativo, o "executivo decidiu sem a aprovação de número significativo do restante da sociedade brasileira". A ideologia e o radicalismo ambiental fizeram nossos comitês de bacia aprovar em assembleia geral um texto reacionário que ataca diretamente nossas instituições democráticas. Parece, ou não parece, conversa de gente desorientada?


Os ecotalibãs continuam tentando encontrar uma instituição legítima que possa entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a lei 12.651. As ONGs não podem e não têm legitimidade para isso. A facção dos emepeios ecólatras que fazem o Ministério Público funcionar como departamento jurídico das ONGs não conseguem convencer a instituição a endossar o posicionamento deles. Estão também isolados.


Os fundamentalistas de meio ambiente estão completamente perdidos, sem discurso e sem plateia. Eles ainda estão tentando entender o que foi que os atropelou.


A reforma do Código Florestal será um marco histórico. No passado ficarão os incapazes de aprender, aquele ambientalismo que entende o setor rural como "adversário" e cujo engenho estava voltado para punir os "vilões do meio ambiente". Burro velho não perde sestro.


No futuro ficarão aqueles que aprenderam que a parceria entre o agro e o eco gera sinergias, aquele ambientalismo capaz de entender o setor rural como um parceiro e cujo engenho estará voltado para incentivar a mudança de comportamento.



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