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Scot Consultoria

Mercado nacional - consumo de fertilizantes


Segunda-feira, 20 de agosto de 2012 - 17h30

Engenheiro agrônomo formado pela ESALQ-USP 1976. Consultor - Tecfértil - Vinhedo-SP.


A quantidade de fertilizantes que foi entregue aos agricultores em 2012 ainda segue acima do volume entregue no mesmo período do ano anterior, aliás, atingindo o volume recorde para o período de 14.339 mil toneladas. Entretanto, a quantidade entregue no último mês, em Julho, foi inferior ao volume entregue no mesmo mês do ano anterior, com queda de 4,8%.



O ritmo mensal das entregas que seguia alinhado com o ano anterior perdeu força, apesar da expectativa favorável com relação principalmente ao plantio de Soja e Milho que devem ganhar impulso a partir de setembro. É preciso compreender melhor se este fato está relacionado com as dificuldades de transportes durante o mês ou se demonstra um novo alinhamento para o mercado.



O estado do Mato Grosso continua na liderança do consumo, com as entregas atingindo 2.822 mil toneladas e que equivalem a pouco mais de 56% do volume esperado para este estado no ano de 2012. São Paulo atingiu 2.034 mil toneladas, vindo a seguir o Paraná com 1.893 mil toneladas e o Rio Grande do Sul com 1.489 mil toneladas que teve um bom plantio de culturas de inverno e já se prepara para o plantio das culturas de verão a partir de setembro.


IMPORTAÇÕES E MERCADO INTERNACIONAL


O total das importações no período de janeiro a julho ficou abaixo do mesmo período do ano passado. Entretanto, com um estoque mais alto ao iniciar o ano e com produção interna similar ao ano anterior, apesar da entrega um pouco maior no período o balanço da disponibilidade de matérias-primas é mais favorável e deve reduzir o efeito da demora na descarga de um grande volume de fertilizantes ainda em navios e aguardando a atracação.



Com este quadro de disponibilidade e um ritmo mais lento nas entregas fica mais difícil repassar os custos decorrentes da demora na descarga dos fertilizantes importados.


O gráfico a seguir mostra os valores médios FOB dos produtos descarregados em 2012 e podemos notar o aumento do valor médio dos fertilizantes fosfatados, com o cloreto de potássio seguindo em uma média estável e a uréia em declínio.



RELAÇÕES DE TROCA


O aumento dos preços dos fertilizantes em maio reduziu a capacidade de compra para a maioria das culturas mas mantém-se bastante favorável para as culturas de milho e principalmente soja, com preços impulsionados pelo mercado internacional.


A comparação do valor médio FOB das importações de fertilizantes com os preços pagos pela soja mostra que a cultura continua com situação cada vez mais favorável. O gráfico abaixo mostra que somente em 2009 a relação de preços entre soja e superfosfato triplo esteve mais favorável que agora.



O mesmo pode ser visto com relação ao Cloreto de Potássio que apesar de manter preços mais elevados, tem uma relação de troca mais favorável graças aos preços alcançados pela soja.



Em uma comparação direta dos preços de soja nas principais praças do Mato Grosso com os principais fertilizantes utilizados por esta cultura mostram que no momento a relação de troca encontra-se em patamares muito favoráveis e esperando-se por isso que o uso de fertilizante nesta cultura seja mais elevado.



No gráfico podemos ver que para a aquisição de uma tonelada de 00-18-18 em Rondonópolis em julho eram necessárias 15,83 sacas enquanto em junho/2011 era necessário o gasto equivalente a 24,97 sacas.


Para a compra de uma tonelada de Cloreto de Potássio o produtor desembolsou o equivalente a 20,30 sacos e já havia atingido a marca de 32,14 sacos no mês de dezembro/2011, período final do pico de consumo no plantio anterior.


Agora entramos na reta final dos preparativos da próxima safra e os volumes mensais de entregas devem se elevar. O desempenho do setor nos anos anteriores demonstra uma capacidade suficiente para atender esta demanda mas as dificuldades poderão aparecer na descarga dos fertilizantes nos portos e no transporte rodoviário.



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