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Scot Consultoria

A floresta vai bem; as árvores nem tanto


Segunda-feira, 30 de janeiro de 2006 - 16h38

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Risco do país em 260 pontos, desemprego na casa dos 8,6%, inflação em menos de 5% ao ano e reservas cambiais confortáveis, são alguns bons indicadores econômicos. Além desses indicadores, a bolsa de valores e o mercado de títulos públicos mantêm volumes expressivos de negócios. Mesmo operando com a maior taxa de juros do mundo o ambiente macroeconômico, o qual faço analogia com a floresta, é favorável ao país. Para quem observou risco país em 2.400 pontos e uma enorme desconfiança dos rumos da economia nacional, os números apresentados agora são alentadores. O problema começa quando o olhar é mais próximo, na microeconomia, neste caso, também por analogia, as árvores da floresta. Algumas árvores estão doentes e outras precisam ser revitalizadas. Em verdade, a bela floresta não é capaz, por si só, de melhorar a qualidade individual das árvores, ou seja, boa parte da população admira o desempenho macroeconômico, mas não consegue perceber isso em seu dia-a-dia. Faltam elementos concretos que indiquem melhoria de qualidade de vida. Talvez uma das explicações seja o baixo crescimento econômico ou ainda a não focalização efetiva na distribuição de renda. Não é somente com indicadores macros que se faz à gestão pública, por sinal, é na vida em sociedade que isso é sentido. Devemos ter cuidado com a beleza da floresta, achando que tudo está resolvido, sendo que essa mesma floresta pode esconder problemas muito mais graves do que se imagina. A floresta vai bem; as árvores, nem tanto.
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