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Estimativa de recorde de soja na safra 2015/2016 pode ser afetada pelo clima


Terça-feira, 3 de maio de 2016 - 05h30

Há três safras consecutivas que a soja vem batendo recorde de produção. O aumento da área plantada, do consumo e das exportações tem contribuído para o sucesso do setor desde a safra 2012/2013. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produziu 96,20 milhões de toneladas em 2014/2015, em uma área de 32,00 milhões de hectares. Para a safra 2015/2016, as estimativas iniciais eram de que a produção bateria mais um recorde, com aproximadamente 102,00 milhões de toneladas. Porém, o clima afetou a produção nos principais estados produtores, reduzindo o total para 99,00 milhões de toneladas e, portanto, não atendendo às primeiras expectativas dos produtores do grão.

O excesso de chuvas em Mato Grosso e Rio Grande do Sul, a estiagem em algumas regiões do Paraná e no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), devido ao fenômeno El Niño, foram responsáveis pela perda de produção nesses estados. “Alguns sojicultores sofreram o impacto do clima na fase do plantio e outros no processo de colheita. Mas, dependendo do resultado final de alguns estados, o Brasil ainda poderá contabilizar safra recorde ou semelhante ao do último período”, explicou o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan Malinski.

As regiões Norte e Nordeste foram as que mais sentiram os efeitos climáticos. Todos os estados do Matopiba registraram perda de produção, com relação à última safra. Piauí, por exemplo, produziu 1,80 milhão de toneladas em 2014/2015 e nesta safra deverá fechar com 1,10 milhão, uma queda de 35,0%. Maranhão, Tocantins e Bahia devem diminuir em 21,0%, 27,0% e 6,0%, respectivamente, a produção do grão. Minas Gerais e Distrito Federal foram as únicas unidades da federação que tiveram significativo aumento nesta safra. O Distrito Federal com 47,0% e Minas com 34,0%.

Embora o cenário seja preocupante para os produtores, o Brasil se destaca na produção e exportação da soja. Com 50,60 milhões de toneladas embarcadas na safra 2014/2015, o país mantém a primeira posição no ranking mundial de exportação. Os Estados Unidos ocupam o segundo lugar com 46,00 milhões de toneladas, mas são campeões em produção, com 106,00 milhões de toneladas produzidas, nesta safra. A Argentina vem em terceiro lugar tanto em produção, quanto em exportação. “O país vizinho é um grande competidor, mas está enfrentando dificuldades com a colheita. O excesso de chuva provocou alagamento em um terço das plantações e isso deve causar a perda de 3,00 a 5,00 milhões de toneladas”, destacou Alan Malinski.

Fonte: Canal Rural. 2 de maio de 2016.


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