A classificação para EEB do Brasil poderá ser discutida em encontro ordinário do comitê científico que deve acontecer em três semanas.
O diretor geral da Organização Mundial de Saúde Animal  (OIE) pediu a países que estão impondo embargos às importações de carne bovina  do Brasil, depois da descoberta de caso atípico da vaca louca anunciada no mês  passado, que suspendam as restrições assim que possível, afirmando que a medida  é injustificada.
Na semana passada, a secretária de Comércio Exterior do  Brasil disse que o país estava considerando recorrer à Organização Mundial do  Comércio (OMC) se os países que impuseram restrições ao produto brasileiro não  levantassem os embargos.
Desde o anúncio do caso atípico, dez países já  impuseram restrições à carne do Brasil ou a seus derivados: Japão, Arábia  Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, China e Taiwan adotaram embargo total;  Jordânia e Líbano restringiram o produto do Paraná; Peru suspendeu completamente  por três meses; o Chile restringiu apenas a compra de farinha de carne e de  osso.
A Arábia Saudita, porém, já voltou a comprar.
Os países  informaram que estavam adotando restrições depois que a OIE divulgou informação  do Ministério da Agricultura do Brasil de que os testes realizados com uma fêmea  morta no Paraná em 2010 apontaram a existência do agente causador da  Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca  louca.
O Ministério da Agricultura informou que o animal nunca  desenvolveu a doença, apenas tinha a forma de EEB considerada "atípica" por  cientistas.
O diretor geral da OIE, Bernard Vallat, disse que os países  têm o direito de adotar embargos provisórios como resposta de emergência a  surtos de doenças que dependem de mais informações, mas ele diz que não há razão  para tais restrições neste caso.
"Um caso em uma população de 200 milhões  de cabeças de gado não justifica a mudança de classificação", Vallat disse a  repórteres. 
A organização com  sede em Paris manteve a classificação para o produto do Brasil como risco  insignificante para a EEB, o mais seguro entre as três categorias. Este status é  concedido a países que mostraram que a doença não existe ou é extremamente  restrita.
"De acordo com os padrões da OIE, eles devem acabar com o  embargo assim que possível", disse Vallat.
A classificação para EEB do  Brasil poderá ser discutida em encontro ordinário do comitê científico que deve  acontecer em três semanas.
O Ministério da Agricultura informou que dará  um prazo até março para que os países levantem os embargos à carne bovina do  Brasil antes de tomar qualquer ação legal na OMC.
Vallat enfatizou que  mesmo vindo de animais infectados, o consumo de carne vermelha pode ser  considerado seguro para seres humanos, diferentemente do que ocorre com o  cérebro ou a medula espinhal.
Os embargos totais ou parciais à carne  bovina do Brasil em reação ao caso atípico de vaca louca devem ter maior impacto  no primeiro trimestre deste ano para as exportações brasileiras, mas a  recuperação de importantes mercados e a demanda crescente dos emergentes devem  garantir um aumento das vendas no ano, avaliam  especialistas.
Fonte: Reuters Brasil. Por Sybille de La Hamaide. 8 de janeiro de 2013.
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