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Consumo médio de carne sobe e pecuária argentina começa a reagir


Segunda-feira, 8 de outubro de 2012 - 16h35

Após anos difíceis, os argentinos parecem que estão saindo do fundo do poço na pecuária. O cenário é, no entanto, ainda bem diferente daquele dos bons tempos em que o país esbanjava consumo interno e dominava o mercado externo.


Os dados mais recentes do setor indicam evolução do abate, produção maior de carnes, preços melhores e consumo interno crescente. A melhora interna não se reflete, ainda, no mercado externo, cujas exportações caem.


Os dados do IPCVA, um instituto que cuida da promoção da carne na Argentina, mostram que os abates voltaram, pela primeira nos últimos 24 meses, a um patamar superior a 1 milhão de animais por mês.


Durante os primeiros sete meses, 6,5 milhões de cabeças de gado foram para os frigoríficos, uma evolução de 5% em relação a igual período do ano passado. Já a produção de carne com osso superou 1,5 milhão de toneladas no período, também acima do volume de janeiro a julho de 2011.


Um ponto positivo é que os abates não se concentram mais basicamente em fêmeas, que representam 39% do total atualmente, após terem atingido 54% no segundo semestre de 2009.


O caminho para os argentinos, no entanto, é longo. O rebanho, que estava próximo de 58 milhões de cabeças de gado no primeiro trimestre de 2007, recuou para 48 milhões no início do ano passado.


Seca e políticas desastrosas do governo provocaram essa forte eliminação de parte do rebanho.


A relação abate-rebanho, que havia chegado a 30% nos últimos anos, voltou ao patamar histórico de 23%.


O consumo médio per capita parou de cair. Após ter atingido 56,6 quilos por habitante no ano passado, subiu para 58 quilos neste ano, segundo dados do IPCVA. Em agosto, estava em 59,5 quilos.


Esses números são bem distantes, no entanto, dos 86 quilos por habitante de 1980 e dos 80 quilos do início da década de 1990.


Os preços recebidos pelos pecuaristas melhoraram. No final do primeiro semestre estavam 12% superiores aos de igual período de 2011. Os novilhos estiveram entre as maiores altas, com ganho de 14% no período.


Uma volta ao equilíbrio do setor, no entanto, está distante. Os custos de produção subiram e a lavoura tomou parte das terras de pastagem, o que vai dificultar uma recuperação do rebanho.


Os últimos anos foram de desmanche para toda a cadeia da carne, principalmente para os frigoríficos que ainda têm forte ociosidade.


As exportações de carne "in natura" caíram para 82 mil toneladas até agosto, 27% menos do que em igual período no ano passado. Já as vendas externas de miúdos recuaram para 71 mil toneladas (menos 7%) e a de carne processada caiu para 12 mil toneladas (51% menos).


As exportações do país vizinho para o Brasil tiveram quedas de 7% na carne "in natura" e 63% nos miúdos.


Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 8 de outubro de 2012.



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