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Crise faz produtores derrubarem milhares de pés de laranja em SP


Segunda-feira, 30 de julho de 2012 - 08h42

Produtores de laranja do interior de São Paulo estão destruindo pomares porque não têm para quem vender o produto. A crise no setor é causada pelas supersafras dos últimos dois anos e a redução mundial do consumo de suco. A perda da produção em 2012 deve variar entre 50 e 100 milhões de caixas da fruta, segundo estimativas da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura e da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).


Somente na cidade de Taquaral (SP), o citricultor Nelson Martins Pontes mandou cerca de 6 mil pés de laranja do tipo Hamilin. Também nesta quinta (26/7), produtores realizaram um protesto em Taquaritinga (SP) e distribuíram 200 litros de suco para a população.


Marco Antônio dos Santos, presidente da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura e do Sindicato Rural de Taquaritinga, explica que a destruição dos pés de fruta é necessária para evitar a proliferação de doenças que poderiam atingir pomares ainda saudáveis. Já tem mais de 8 milhões de caixas no chão, o produtor não pode deixar isso apodrecer no pé, explica.


Segundo a CitrusBr, o excesso de laranja foi causado pela supersafra de 2011, quando foram produzidas 428 milhões de caixas, sendo que São Paulo reponde por 90% da produção nacional. A capacidade da indústria de processamento é de, aproximadamente, 247 milhões de caixas por ano. Em 2012, porém, os laranjais voltaram a produzir uma safra acima do esperado, cerca de 365 milhões de caixas.


A CitrusBr também afirma que, desde 2000, o consumo mundial de suco concentrado caiu de 2,7 para 2 bilhões de toneladas.


A concorrência com outras bebidas, como os isotônicos e as águas saborizadas, é apontada como a principal causa para o encolhimento do mercado, mas a crise econômica na Europa e restrições dos Estados Unidos ao produto brasileiro por causa do uso de um agrotóxico proibido naquele país, carbendazim, também prejudicaram as vendas.


Pontes, que colocou o pomar abaixo em Taquaral, disse que migrará para a produção de cana-de-açúcar para evitar prejuízos no futuro. Só na safra deste ano ele perdeu R$100 mil em investimentos.


Fonte: G1 Ribeirão e Franca. Por Carolina Visotcky e Clayton Castelani. 26 de julho de 2012.



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